Capítulo III

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The smell of your skin lingers on me now
(…)
I need some shelter of my own protection baby
be with myself in center, clarity
Peace, Serenity ♫

Após ter contado tudo para Julia, Bruno e Beatriz – seus melhores amigos – e Beatriz ter dado uma de “maria-loca”, os quatro se separaram. Bruno e Julia foram juntos em direção a avenida; Beatriz e Luna foram em direção a rua da casa de Luna.
- Amiga, eu simplesmente não acredito nisso! – falou Beatriz, que ainda não acreditava –, é muito, muito, muito fofo e lindo e maravilhoso, é tudo amor! – enquanto a outra falava, Luna revirava os olhos.
- Beatriz, saiba que foi só um abraço e uma declaração de amizade. Nada mais que isso – respondeu a menina enquanto elas andavam na rua da sua casa.
- Ah! Mas bem que você queria que rolasse um beijo né amiga! – as duas riram. – Né?
- Sei la amiga. Ele se declarou, mas não foi de amor. Pelo menos não parece – a loira olhou para baixo, suspirou e disse –, mas acho que eu iria querer.
- ACHA! Menina, você quer.
- EI! Não se intrometa na minha consciência, já tem muita gente lá.
- Ok! Calei minha boca – falou a morena passando o dedo na boca, como se estivesse fechando-a com um zíper, e jogando a chave fora.
- E você e o Guilherme? – disse a outra. 
- Estou conversando com ele, mas só pelo computador. Sei la, tenho medo...
- Asenhor eu não acredito... Beija ele logo e pronto.
- EU NÃO! – as duas riram, e chegaram na frente da casa de Luna.
- Então, tchau amor, até depois no computador ou amanhã – falou a pequena.
- Tchau, se cuida e até – respondeu Luna abrindo o portão da sua casa e vendo Beatriz subir o morro, indo para casa que fica um pouco longe de lá.
Quando Luna entrou pelo portão, olhou para cima e resmungou: por favor, a faça ficar de bom humor. A mãe dela não esta em seu melhor ano. Dias está bem, outros não. É pior que bipolar. A menina subiu uma pequena escada, abriu a porta; subiu até o andar de cima e quando foi passar pela cozinha gritou:
- BOM DIA FAMILIA! – a família a qual falou era somente a mãe dela.
- Bom dia – uma voz feminina familiar respondeu baixinho enquanto Luna ia para o ultimo quarto do corredor colocar sua mochila na cama.
Entrou no quarto, jogou a mala na cama, tirou o celular do bolso e o colocou na prateleira em cima da sua cama, como de costume, e olhou no espelho sussurrando: eu pedi do fundo do meu coração! Saiu do quarto e foi até a cozinha, chegando la viu sua mãe sentada apoiando os braços na mesa, tomando chimarrão – sua bebida favorita, feita de erva-mate e água quente, típico da região sul – e duas panelas no fogão, com o fogo desligado.
- Oi mãe – falou a garota pegando um prato no armário e indo pegar um pouco de comida.
- Oi, como foi a aula? – respondeu a voz desanimadora.
- Bem, e a senhora, como está? – pediu a menina, sentando-se na mesa, e olhando para sua mãe, que na verdade é sua avó.
A mãe-avó de Luna é baixinha, tem os cabelos bem curtos e grisalhos com luzes marrons, usa óculos, tem unhas enormes e é “calorenta”. Desde sempre é Elisa cuida de Luna com amor. Bom, ela foi praticamente obrigada, já que a mãe biológica de Luna, Mônica – e também filha de Elisa – simplesmente abandonou Luna com a avó. Em momentos Elisa está bem, mas às vezes não. E quando ela está não se atreva nem a falar com ela, pois você irá se arrepender de ter mexido com a “onça” com “vara curta”.
- Estou bem – respondeu Elisa, dando uma puxada no seu chimarrão, e Luna começando a comer.
Após ter terminado de comer, Luna foi lavar a louça, e como sua mãe não tinha almoçado, sobrou bastante comida, já que também a menina não come muito, como todos dizem: ela só belisca a comida. Deve ser por isso que ela é tão magrinha. Mas Luna não sente muita fome, e quando sente não precisa comer muito, pois a fome já passa. Genética. Ela lavou a louça, guardou a comida na geladeira e foi para seu quarto. Pegou uma roupa e foi tomar banho. Enquanto tomava um banho quente, ela pensou sobre hoje de manhã.
Ah Luna, não se apaixone menina, ele tem 17 anos, você tem 12 ainda, e mesmo vocês tendo tantas coisas em comum, seria difícil um namoro entre vocês, pois:
1º - Tenha em mente que sua mãe não esta em seu melhor estado emocional, e por isso seria muito, repito, muito difícil ela aceitar.
2º - Além de ela aceitar, imagine seu padrinho ficar sabendo disso – o padrinho de Luna é bem ligado a ela e a avó dela, por que, Rodrigo é filho de Elisa, irmão de Mônica e tio de Luna, além de padrinho de batismo dela; é uma confusão só – ele vai querer matar você e sua mãe, e isso não seria bom. É, nem um pouco.
3º - Ele não faz mais só coisas de pré-adolescentes. Não faz mesmo!
4º - Sociedade radicalista que acha que um namoro entre duas pessoas, como no caso de vocês, já tem que ficar pensando besteira, assim como aconteceu entre duas pessoas na cidade, ela ainda era uma garotinha e ele já era um adolescente. Resumindo: ele tirou a inocência da garota e a cidade inteira sabe.
5º - Mas é só ter responsabilidade, e se ele quiser algo a mais acaba com ele.
6º - Melhor ficar como está. Amigos para sempre”.
Ela saiu do banho, se secou, vestiu a roupa que escolheu, um short e uma blusa estilo t-shirt, e foi em direção ao seu quarto, novamente. Passando pelo quarto de Elisa, ela parou e percebeu que sua mãe estava se arrumando para sair.
- Vai aonde? – perguntou a garota, sentando na cama da mãe.
- Sair, vou na minha amiga, se precisar me liga – respondeu a mulher, pegando a bolsa e saindo.
Luna quase pulou de alegria por ficar sozinha em casa, e invés de ir para o quarto, ela foi para a sala ligar o computador. Abriu seu perfil na internet, e como sempre nada de interessante; ligou seu MSN e viu que Gabriela estava online.

Luna diz: OOOOOOOOOOI AMOR *-*
Gabriela diz: ooi coração, tudo bem?
Luna diz: aham e você?
Gabriela diz: bem (:
Luna diz: novidades?
Gabriela diz: AAAAAAH VOCÊ NEM SABE \O/
Luna diz: é claro que não ¬¬
Gabriela diz: ano que vem eu vou morar aí
Luna diz: NÃO BRINCA :O
Gabriela diz: sério
Luna diz: UHUL, CARA TO MTO FELIZ AGORA, ALEGROU MEU DIA!
Gabriela diz: é eu sei (h)
Luna diz: convencida u-u mas agora agente vai se ver todos os dias, igual a quando você morava aqui *-* – Gabriela morava na mesma cidade dos amigos, mas se mudou a três anos atrás para uma praia.
Gabriela diz: aham :}  o papo ta bom mas a mãe ta me chamando i-i até mais meu amor, se cuida :*
Luna diz: ok, beijos e se cuida tbm
 
Então, restou-lhe escutar musica e escrever – como sempre. Colocou uma música calma, e foi direto abrir uma nova pagina para escrever.
Começou.
Eu simplesmente não deveria ter olhado aquela foto. Acho que a foto dele me deixa maluca, acho não, tenho certeza. Mas, se não tivesse sido aquela foto, eu não teria caído, desmaiado e muito menos teria escutado as palavras dele. AH! Aquelas palavras... Simples e diretas, ele com certeza não tinha pensado em nada, pois sua respiração estava ofegante, e além de gaguejar ele falava algumas coisas rápidas e outras não. O fundo musical fora perfeito, como ele sabia que eu tinha aquela música?
Agora percebo que príncipe encantando não existe. Bem, existir até existe, mas não vem mais em um cavalo branco, com roupa de príncipe e com um poema na ponta da língua. Ele vem em um carro, com roupas da moda e com uma música. Ele também não precisa ser a melhor influência, nem a pessoa mais educada ou mais social. Basta ele ser o mínimo para te fazer amolecer as pernas...”
Ela interrompeu o texto, quando uma lágrima caiu de seu olho. Luna fechou os olhos, deixando mais lágrimas caírem.
“... e ao menos fazer seu coração disparar. Ele pode ser a melhor pessoa do mundo, aquele que te alegra e te faz bem, querido; fofo e amigo, mas pode ser que ele não seja aquele que você acha que seja. Mas, se um dia quando você falar: esse é o meu príncipe; não se iluda, atitudes valem mais que mil palavras, então lágrimas irão cair.                                                      L&M ”.
Após ter terminado o texto, ela correu para seu quarto, jogou a mochila da cama para o chão e deitou, foi rápido para adormecer, pois estava chorando. E uma coisa rara aconteceu, ela sonhou.
No sonho, ela estava se olhando no espelho com um vestido de gala lindo. Roxo e preto. Ele era bem apertado na cintura e no busto, e solto do quadril ao pé, em tecido de tule. No busto ele tinha rendas pretas, com um tecido roxo e algumas pedrarias que brilhavam delicadamente a qualquer ângulo que ela se virasse. Seu cabelo estava preso em um coque mal feito, com mechas largadas ao lado de seu rosto. Sua maquiagem não era pesada, era simples. Ela estava pronta para algum baile. Não parecia ser ela, estava mais crescida, não aparentava ter a idade que tem, ela nunca aparentou. Seu rosto estava mais claro, sem nenhuma espinha. E seus olhos estavam mais redondos, deixando mais lindo a cor verde-azulado deles. Luna se virou, para ver as costas do vestido. Ele era trançado em um decote V que mostrava riscos feitos de tatuagem em suas costas. Ela estava perfeita. Nisso, alguém bate na porta do lugar que ela estava, que era bem rústico. Ela abriu a porta e la estava um homem com a mão estendida. Era Matt. Ele estava segurando um paletó, e vestindo uma calça social escura com uma camisa branca e um colete. Ele, como sempre, estava lindo. Foi quando uma música calma começou, e a imagem do sonho começou a se dissolver, como se estivesse se misturando com água, e ela acordou, com o celular tocando. 
- Alô – falou Luna, com voz de quem acabou de acordar, definitivamente.
- Você estava dormindo? – respondeu uma voz feminina.
- Sim, por quê?
- Desculpa – pediu a voz.
- Aliás, quem está falando? – Luna sentou na cama e esfregou os olhos, a ficar se olhando no espelho. 
- Sou eu.
- Ajudou muito!
- Eu sou um E.T. e estou te ligando para falar que você tem que ir ao parque agora por que vou lhe abduzir – dessa vez, a voz forçou um pouco, deixando um tom de robô. Logo após ter falado, deu uma risadinha.
- Oi Beatriz, o que você quer? – adivinhou que era Beatriz, porque lá de vez em quando, Bia chama a amiga de E.T. e pediu rabugenta a menina que acabou de acordar, mas até que foi hilário o que a amiga disse.
- Eu também te amo amor – respondeu fazendo voz de bebe na outra linha.
- Que lindo, uma extraterrestre me ama – gritou feliz Luna, já se animando.
- Então, vamos no parque?
- Mas, a mãe saiu!
- Liga para ela oras.
- Ta, já vejo, beijos, até daqui a uns minutinhos.
- Até – as meninas desligaram.
Luna olha a hora no celular, e percebe que dormiu uma hora e meia. Agora eram três horas, ela e Beatriz sempre vão ao parque depois das quatro, se ela puder, terá que correr para se arrumar.
- Mãe, a Bia me ligou, posso ir no parque com ela? – pediu a menina.
- Luna, você não sabe ficar em casa? – respondeu rabugenta a mãe.
- Ah mãe! Por favor, eu estou sozinha em casa, não tem nada para fazer, não tem tarefa... Nada! Deixa eu ir, por favor – novamente pediu a loira, mas agora falou as ultimas palavras com voz de criancinha.
- Ta vai, mas você vai ter que voltar antes das 19h30min – falou Elisa.
- MÃE OBRIGADA, EU TE AMO MUITO, MUITO, MUITO – gritou a filha, pulando da cama, olhando no espelho e sussurrou: yes! – Tchau mãe, eu estarei em casa antes das 7:30 como combinado. Novamente, te amo muito.
- Tchau Lua – e as duas desligaram os celulares.
Logo quando Luna desligou a ligação, rapidamente digitou o número do celular de Beatriz, que sabe décor, e ligou. Depois de dois toques, a outra atendeu.
- Fala Lua, ela deixou?
- SIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM! – gritou a loira no celular, já indo em direção ao guarda roupa para achar uma roupa.
- AAEE! – comemorou a amiga – então, um pouco depois das quatro eu passo aí na tua casa para agente ir.
- Aham, pode ser – respondeu Luna, pegando um short mais comprido do que estava e jogando na cama.  
- Vamos convidar o Guilherme? – pediu a amiga, que também já estava arrumando uma roupa para ir.
- Aham, pode deixar que eu ligo – falou empolgada a loirinha. – Bom, vou desligar, tenho que me arrumar. Beijos até depois.
- Ok, eu também tenho, e ainda tenho que trocar meus irmãos – Beatriz tem irmãos gêmeos ainda bebês. – Beijos, até.
Quando Luna desligou, logo foi na lista de contatos e achou o número de Guilherme. Enquanto esperava o garoto atender, ela resmungou: inferno, eu estou parecendo uma atendente de telefone! Até parece que minha vida é bem movimentada. A menina revirou os olhos e depois de mais três toques, quase desistindo, o menino atendeu.
- Até quem fim hein Guilherme! – falou a menina, bufando.
- Oi para você também, é que eu tava na cozinha e o celular tava no quarto, daí demorei para escutar tocar – justificou o garoto.
- Ah sério que você demorou pra escutar – mesmo o garoto não vendo, Luna rolou os olhos.
- Ok senhora mau-humor, pode me falar o porquê me ligou?
- Vamos no parque com a Beatriz? – pediu.
- Vamos, a que hora?
- Depois das quatro.
- Sério? Eu só tenho 40 minutos para tomar banho e correr pro parque.
- Noiva, não precisa tomar banho, é só se arrumar e ir, ninguém vai ficar te cheirando – os dois riram.
- Ta, meu primo está aqui, então, ele vai ter que ir junto.
- Tudo bem, mas quantos anos ele tem? – perguntou a menina, nem um pouco interessada, só queria saber quantos anos o piá tinha.
- Já está interessada no piá né Lua! – falou o outro.
- Não – Luna rolou os olhos – só quero saber para não servir de babá.
- 14.
- Ok, te encontro no parque perto das quadras.
- Ta, tchau.
- Tchau.
Luna saiu correndo se arrumar. Como tinha lavado o cabelo, ainda tinha que secar, além de que dormiu com ele molhado, então, está um nó só. Foi para o banheiro, secou o cabelo, fez uma maquiagem básica, e vestiu o short jeans com uma rasteirinha e a mesma blusa verde-limão que estava. Quando viu, só faltavam 5 minutos para Beatriz chegar. Então a garota ficou andando para um lado e para o outro. Já tinha fechado as portas, desligado o computador, retocado a maquiagem três vezes. Passou maquiagem em alguns hematomas que tinha espalhado pelo corpo por causa do acontecimento de hoje de manhã. Ela precisava sair, esquecer Matheus e tudo o que aconteceu hoje. “Tomara que o primo do Guilherme seja bonito, porque eu não vou ficar de vela com a Bia e o Gui” pensou a menina.
Guilherme está afim de Beatriz há um pouco de tempo. Só que até agora eles não ficaram, só conversam, e Luna tenta ser a “cúpida” deles, mas é impossível querer juntar um casal se um deles não quer. Beatriz não quer. Pelo menos por enquanto.
O garoto tem o cabelo loiro e os olhos castanhos cor de chocolate. Com certeza, seus olhos cativam qualquer um. Ele é alto e magro, por isso Beatriz e Luna precisam inclinar um pouco a cabeça para trás, para conseguir olhar no os olhos do Guilherme. Geralmente, na escola, ou ele fica sentado no banco, ou elas ficam de pé no banco para que ninguém fique com torcicolo.
- LUUUUUUUUUUUUUNAAAAAAAAAAAA!!! – gritou Beatriz no portão.
- JÁ TO INDO – berrou a loira, na janela, pegando o celular que estava em cima da mesa e descendo correndo a escada, que quase caiu; mais uma vez.
- Oi – falou Luna, respirando ofegante, após fechar o portão e ficar ao lado de Beatriz na calçada.
- Nossa, eu não ia ser seqüestrada, não precisava vir tão rápido – respondeu a amiga, olhando à outra bufando e se abanando.
- Desse jeito ia – disse a mais alta, olhando para Beatriz que estava com um short jeans curtinho e uma blusa folgada preta e branca, com uma sapatilha bailarina preta. – Tudo isso é pro Guilherme? – completou esbugalhando os olhos.
- Cala a boca, e vamos de uma vez! – as duas riram e começaram a caminhar, enquanto conversavam e escutavam musica.
 Quase chegando no parque, as duas garotas ficaram sem assunto por algum tempo, até que Luna teve uma idéia.
- Então, você e o Guilherme vão ficar hoje né?
- Asenhor essa história de novo não, por favor! Eu não sei se vou ficar com ele ou não, tudo depende de como ele se comportar, falar coisas bonitas ou não.
- Hum, então, acho que vou ter que conversar com ele – respondeu um pouco baixo, mas alto suficiente para amiga escutar, que bufou.
Elas chegaram no parque e foram em silêncio até a área das quadras, como combinado. Esperaram uns 5 minutos sentadas e logo acharam o Guilherme com mais um garoto, obviamente seu primo, que estavam caminhando na direção delas.
- Oi meninas – falou Guilherme, cumprimentando as duas com um beijo no rosto, e logo se afastou.
- Oi Gui – cumprimentou Luna.
- Olá Guilherme – fez o mesmo Beatriz.
Eles ficaram um minuto em silêncio, até que Guilherme se tocou.
- Ah é, esqueci, esse aqui é o Mauricio, meu primo, Mauricio essa é Luna – apontou para a garota –, e essa é a Beatriz – agora, apontou para a outra.
- Oi – disse tímido o garoto.
- Olá Maumau – todos riram do cumprimento de Luna.
- Oi – repetiu Beatriz.
- Então, vamos ficar aqui parados ou não? – deu iniciativa Guilherme.
- Aham, todos vamos ficar igual estatuas até às 19h30min se olhando com cara de tacho – respondeu Beatriz, fazendo os outros soltarem gargalhadas.
- Não estou afim de ficar parada, então... – não precisou Luna completar a frase. Beatriz e Guilherme praticamente engataram na primeira marcha e foram na frente, restando atrás Mauricio e Luna. – Eu sempre digo, os dois têm que ficar juntos, eles são tão fofinhos – disse se referindo ao casal na sua frente. – Ele, um prédio de grande, e ela um toquinho de pequena – os dois riram.
- É, e você, solteira, enrolada, ficando, namorando? – pediu o garoto.
- Solteira e você? – respondeu Luna, olhando para Mauricio e reparando o quão bonito ele é.
Sabe aqueles cabelos que estão na moda? Cheio de fios, um pouco comprido e com uma franja que cobre a testa? Ele tem esse cabelo, que está sendo tampado por um boné colorido da NY. A cor do cabelo dele é castanho e liso. Seus olhos são azuis, bem azuis. Ele é um pouco alto, não muito, por isso é fácil olhar para ele. E ele não parece ter um porte físico exagerado, mas o mínimo para ter um “tanquinho” no abdômen.
- Solteiro – ele sorriu e Luna virou o rosto para frente.
Eles andaram um pouco em silêncio, vendo Guilherme e Beatriz dando risada na frente.
- Quantos anos você tem? – perguntou Mauricio, fingindo que já não sabia.
- 12 idiotas anos – disse Luna, coçando a cabeça. – E você? – outra que também fingiu que não sabia.
- 14 – falou o garoto.
- Ei casalzinho aí de trás, vão querer um refrigerante? – pediu Beatriz, fazendo os dois corarem com o jeito que ela os chamou.
- Eu quero – respondeu Luna.
- Se não for incomodo eu também – disse o garoto.
Beatriz virou para frente e correu até a lanchonete do parque, que estava cheia, então ela demoraria um pouco. Luna correu para perto de Guilherme, e Mauricio a seguiu andando normalmente.
- Então, assim, eu pensei hoje enquanto me arrumava de você e a Beatriz ficarem! – falou baixinho Luna, mas os dois conseguiam ouvir.
- HAHA! – forçou uma risada falsa o Guilherme. – Como? Ela é tão difícil.
- Eu sei, meu plano é o seguinte...
E Luna explicou tudo para os dois, que concordaram depois de um tempo.
Os três se sentaram em uma mesinha que tinha próxima a lanchonete, e esperaram a garota trazer o refrigerante. Depois de uns cinco minutos ela chegou.
- Senhor ali estava lotado, acho que cortei a frente de uns cinco – reclamou a baixinha, colocando o refrigerante na mesa e distribuindo os copos de plástico.
- Quem abre? – pediu Luna, nem um pouco interessada na conversa da amiga.
- Quem que deu o dinheiro? – perguntou Mauricio.
- Eu – respondeu o outro garoto –, mas estou com preguiça de abrir e servir – certo ele, pois o refrigerante era de 2,5 l.
- Então, quem comprou abre – falou Mauricio.
- Obrigada cavalheiros – Beatriz fuzilou os garotos com os olhos, os três riram e Guilherme se levantou para abrir o refrigerante. Quando ele colocou a mão na tampa da garrafa para abrir, alguém lhe interrompeu.
- Ué, não estava com preguiça? – pediu a morena.
- Então ta, abra você – falou o loiro, sentando novamente na cadeira, e se esparramando na mesma.
- Eu não abro – respondeu Luna, levantando os dois braços com a mão aberta, em sinal de: não fui eu; mas dessa vez de que ela não iria abrir mesmo.
- Então, esse refrigerante vai arder no sol, porque eu também não abro, eu falei: se não for incomodo! – disse o moreno.
- Inferno! Perceberam que estamos discutindo por causa de um refrigerante? – reclamou a loirinha.
- Poisé – falou Beatriz, virando para o lado, cruzando os braços.
- Diabo, eu abro! – levantou Mauricio para abrir, mas foi interrompido, sentando novamente na cadeira, bufando e cruzando os braços.
- Deixa que eu abro – disse Guilherme, que quando abriu a tampa e fez o barulho do gás, todos vibraram de alegria.
- ATÉ QUEM FIM MALDIÇÃO! – gritou Luna, erguendo os braços.
- Foi maldição da Beatriz que comprou e não quis abrir – disse Mauricio, dando risada.
- Oi, eu sou uma bruxa que não se decide se é do bem ou do mal – falou a pequena.
- Oi, eu sou um garçom gente boa – imitou um pouco diferente a frase de Beatriz, Guilherme que já estava servindo os três e a si mesmo.

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