Capítulo IV

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Who you think you getting with that "Hi, let me freak ya."?
You got me mistaken thinking you gon get it easy
First of all you need to know that I'm not the one
Think you getting something baby, you aint getting none ♫

Já se passava uma hora e meia, e os quatro riam, escutavam música, andavam pelo parque e não se cansavam de falar besteiras. Até que eles vão para um lugar mais reservado, digamos assim. Lá sempre ficam os casaizinhos apaixonados, sentados nos bancos em baixo das árvores. É um lugar lindo e calmo, mesmo em dias que não se consegue quase nem caminhar no parque. Mas como hoje é dia de semana, o lugar não está muito cheio.
- Vamos nos sentar? Eu já estou ficando com as pernas tonificadas de tanto caminhar – reclamou Luna, dando início ao plano que combinou com os dois garotos.
- Ta – respondeu Guilherme, os quatros se sentaram em um banco, e ainda bem que cabiam eles. Estava sentado em ordem: Mauricio, Luna, Beatriz e Guilherme. O banco estava em um lugar que é um pouco mais alto todo cheio de grama e pedras enormes.
Eles ficaram em silêncio um pouco.
- Morreu um burro, coitado – falou Beatriz, fingindo chorar.
- Por quê? – pediu Mauricio.
- Esta todo mundo quieto – explicou a pequena.
- Eu conheço uma que tinha nascido um padre – disse a loira.
- Oba, eu não conheço nenhuma! – vibrou Guilherme, fazendo todos rirem.
- Você mora aqui Mauricio? – perguntou Luna, olhando para o garoto.
- Não, eu moro na praia, estou aqui só passando alguns dias. Mas vou embora amanhã – respondeu o garoto.
- Nossa que rápido – se intrometeu na conversa Beatriz.
- É meu pai só veio cuidar de uns assuntos da empresa dele, daí me trouxe aqui para rever o brother aí do lado – eles riram.
- Hum – terminou Luna, percebendo que Guilherme ficava olhando para Beatriz, que virava o rosto. – Vamos sentar em outro banco? Vocês estão me sufocando aqui – meio mentiu Luna olhando para Mauricio, ela estava ficando sufocada, mas era mais uma parte do pequeno plano Beatriz&Guilherme.
 - Vamos sim – concordou Mauricio, enquanto Luna e ele já levantavam e iam a um banco perto de uma árvore que ficava mais para baixo do lugar que estavam antes.
- Desgraçada, eu sei que ela quer que agente fique, mas tudo bem, não precisa me abandonar – falou Beatriz, meio falando sozinha e meio falando com Guilherme, enquanto observava os outros dois sentando no banco e conversando.
- Ela é boa nisso né! – disse Guilherme, também olhando os dois no outro banco.
- É, mas da de ver que a Luna fica olhando de rabo de olho para cá.
- E eu sei o que ela quer que agente faça.
- Eu também sei – falou Beatriz.
- Então, como vão os namorados? – pediu Guilherme, fazendo Beatriz tirar os olhos dos outros dois que conversavam sem parar.
- Se eu tivesse um poderia responder a tua pergunta – os dois riram. – E você? Como anda com as namoradas?
- Hum, deixa eu pensar em uma frase que eu não precise copiar a sua – ele ficou pensando. – Estão bem mal, todas morreram, estou sozinho no mundo agora – Beatriz riu, e Guilherme fez um bico.
- Coitado dele! – Beatriz passou a mão no ombro dele.
- É, coitado de mim! – reclamou o outro –, então – suspirou –, eu já tinha pensando tanta coisa para te falar quando um dia eu ficasse a sós com você, mas agora sumiu tudo. Memória dos infernos me deixa na mão quando mais preciso dela – ele olhou para o lado contrário que ela estava, e Bia continuou a olhar para ele.
- Pare e pense ou improvise – ajudou a garota.
- Ta – ele ficou pensando uns minutinhos, mas logo começou. – Bom, você é muito linda, querida, simpática... E lembra a primeira vez que nós nos vimos pessoalmente? Você não saía do lado da Luna, e eu ficava perdido, com vontade de sair correndo, e a Luna ficava quieta... O verdadeiro pior encontro mesmo nós conversando pelo MSN quase todos os dias. Mas daí, no colégio, às vezes a Luna sumia, e sobrava só nós dois, e você começou a se soltar, falava mais sem medo que estivesse falando coisas erradas e eu também. Até controlava o meu botão de palavrões. Ta – ele pensou –, é melhor eu resumir – ele pegou na mão de Beatriz e falou bem perto dela. – Beatriz, eu te amo tanto que palavras não são capazes de definir. Você aceita namorar comigo?
Ela pensou um pouco, tomando coragem para qualquer palavra que dissesse.
- Sim, sim, sim – e eles se beijaram.
Um beijo calmo, apaixonado. No começo Beatriz ficou perdida, e não correspondia, mas aos poucos foi se entregando, passando os braços pelo pescoço dele, enquanto ele colocava as mãos nas costas da garota.  

- Nossa já! – surpreendeu-se Luna, observando o casal no outro banco se beijando.
- Primo “pegador” – o garoto entrou na onda de surpreender-se com os dois.
- Não fala assim, ele ta afim dela, e ela só estava esperando ele ter a iniciativa. E até quem fim, desde janeiro essa enrolação – falou a garota, olhando para o outro.
- Senhor! É maio! – esbugalhou os olhos o garoto.
- Poisé!
- Retiro o que disse que meu primo é “pegador”, ou coloco que tua amiga é difícil, e bota difícil nisso – os dois riram.
- E você? Considera-se “pegador”? – pediu a garota, estampando um mínimo sorriso no rosto e observando os outros dois que agora estavam abraçados conversando.
- Não sei.
- Não sabe! – falou surpresa a garota.
- É, eu não sou assim, prefiro um relacionamento sério a ficar com cem garotas e não aproveitar nada, não ter experiência, exceto a experiência de beijar, mas não saber o que é romantismo, essas coisas – Luna ergueu só uma sobrancelha, olhando para o garoto.
- Não acredito nisso! Até agora não conheci nenhum garoto que goste de namorar e não de ficar.
- Prazer, e eu não disse que não gosto de ficar – respondeu o menino, olhando para Luna que também estava olhando para ele. – Você é bem legal, eu gostei de você – eles continuaram olhando um para o outro, meio perto de mais para uma conversa normal.
- Você também – foi a única coisa que a garota tinha em mente para respondê-lo. 
Ele foi chegando mais perto, e colocou uma mão no rosto de Luna, ela pensou em beijá-lo, e também pensou em resistir. Eles conversaram por no máximo duas horas, era praticamente um estranho. E quando Mauricio tocou os lábios dele nos dela, um frio na espinha fez Luna se contorcer. Ela queria. Mas ao mesmo tempo queria correr dali, se esconder em qualquer beco e só sair depois de dois anos. Ela estava se sentindo fácil de mais, que em uma conversa o cara já consegue o que quer.
- Não – resmungou a garota, se afastando e olhando para baixo. – Eu não posso.
- Tem namorado? Você me disse que era solteira – disse o garoto, já afastado dela, olhando para frente com cara de decepcionado.
- Não, eu não tenho namorado, é que simplesmente não dá! Eu me apego muito as pessoas, e você vai embora amanhã, é provável que eu sofra e coitada da Beatriz que vai ter que me escutar e comer chocolate comigo. Desculpa, é por mim.
Luna saiu de lá e foi em direção a Beatriz e Guilherme, deixando para trás Mauricio que ainda estava assustado pelo que a menina falou, e ela foi andando com a cabeça baixa e seus olhos querendo começar a derramar lágrimas, então ela olhou para cima e forçou os olhos para não chorar.
- O que foi amiga – perguntou preocupada Beatriz, enquanto saía dos braços de Guilherme e deixava à amiga sentar ao seu lado.
- Em casa eu te conto – respondeu a outra, abaixando a cabeça. – E vocês dois? – abriu um sorriso e levantou a cabeça, tentando esquecer o acontecimento.
- O que tem? – Beatriz respondeu se aninhando nos braços de Guilherme novamente.
- Vocês estão namorando? – pediu a menina rezando para que não tenha que ficar de vela.
- Não – disse Beatriz, ficando com uma cara triste e olhando para baixo.
- Poxa, bom, mas tomara que vocês namorem – entristeceu junto com a amiga, Luna, que olhou para Guilherme piscando um olho.
- Bia, licença – falou Guilherme, ela saiu de seus braços e ele se ajeitou no banco a olhando de frente, Luna levantou do banco sem fazer barulho e sem que notassem que ela estava saindo dando uns passos para trás e deixando os dois a sós. Ela cruzou os braços e ficou observando os dois. – Eu sei que não é o melhor jeito, nem o mais lindo, também não vim preparado e blá-blá-blá. Mas eu quero te pedir uma coisa – Beatriz a olhou confusa e respondeu.
- Peça – ele segurou novamente a mão direita dela, respirou fundo e falou.
- Como disse, estou há muito tempo pensando nesse momento, e agora, algumas palavras parecem ter vida própria, e querem por que querem sair correndo da minha mente. Eu quero te falar coisas lindas e emocionantes, mas essas palavras não me deixam pensar – ele esperou um pouco, suspirou e disse: Bia, você aceita namorar comigo? – os olhos das duas meninas, Beatriz e Luna, se encheram de água pelas palavras de Guilherme.
Depois de um tempo, Beatriz já não conseguia segurar as lágrimas, então, as deixou cair. Ela abriu um sorriso emocionado, enquanto Guilherme, reconhecendo o jeito da menina agir, sorriu também. Os dois se beijaram, selando o compromisso.
Luna não aguentou também, e chorou de felicidade, dos dois amigos estarem juntos.
- Droga! Vou ficar de vela – resmungou a garota, feliz, olhando para o lado e percebendo que Mauricio não estava mais no banco, ele deve ter ido embora, também, coitado –, pelo menos o plano deu certo. Não gastei pensamento à toa – a menina riu sozinha, ainda vendo os dois se beijando. – Acho melhor eu virar para outro lado, essa visão está me prejudicando – novamente ela riu, se virando e andando até o banco que antes estava sentada com Mauricio, mas agora sozinha.
Ela pegou o celular do bolso de trás do short, e ficou colocando e tirando música, escolhendo a que mais se adaptaria ao momento. Depois de fuçar bastante nas músicas, ela gritou: ACHEI! Levantou-se do banco e foi para perto do novo casal.
- O que você achou maria-louca? – pediu Beatriz fazendo Guilherme e Luna rirem.
- Achei a música perfeita desse momento perfeito que deveria ser cantada pelo Guilherme, mas prefiro que o cantor cante, sabe como é né Guilherme... – ela sorriu e ele riu.
- Qual? – pediu Beatriz.
- Just the way you are do cantor Bruno Mars.
- Bruno Mars? – pediu espantado Guilherme, pois sabe que a garota ama rock e rap e ponto final.
- É por quê? – respondeu a loira.
- Mostra de uma vez – falou apressada a baixinha.
Luna sentou-se na grama de pernas cruzadas, tipo indiozinho que agente aprende quando é criança, ficando de frente para os dois, e colocou a música tocar. Eles escutaram atentamente mesmo sendo em inglês, quando a musica acabou, Luna sorriu de orelha a orelha.
- Ok, agora você pode me traduzir? – pediu Beatriz, e já que Luna ama essa música a garota sabe o entendimento da letra.
- O cara, fica descrevendo a garota que ama. Diz que os olhos dela fazem as estrelas perderem o brilho e que o cabelo dela é perfeito. Fala que ela sempre está perfeita e que se ele tivesse que mudar algo não teria como, pois ela é incrível. Aí ele fala que ele poderia beijá-la o dia todo se ela permitisse e que acha a risada dela sexy...
- Esse cara lê pensamento? – perguntou Guilherme, interrompendo a menina.
- Por que você acha que eu gritei “achei” e vim correndo quando percebi que essa era a música perfeita? – disse Luna e todos riram.
- Perfeito, perfeito, perfeito. Está tudo perfeito na minha vida. Eu tenho um namorado, uma melhor perfeita amiga, eu tenho tudo que preciso – falou Beatriz, emocionada. Luna se levantou e deu um abraço nela, mas logo Guilherme a roubou da amiga.
- EI! Ela é tua namorada, mas ela é minha melhor amiga também, vamos ter que dividir – começou o racha a loirinha.
- Há quanto tempo vocês se conhecem? – pediu o garoto.
- Nossa mais de quatro anos né! – respondeu a pergunta e Beatriz concordou com a cabeça.
- Então, você já aproveitou bastante ela, agora ela é só minha – falou dando risada Guilherme puxando Beatriz mais perto dele.
- NÃO – gritou a loirinha. – Ela é minha melhor amiga – ela deu ênfase a palavra minha –, e eu que ajudei vocês dois a ficarem juntos e ainda você me rouba ela! – retrucou Luna, enquanto puxava Beatriz mais perto dela.
- Mas agora eu tenho que ficar com ela, passar o maior tempo com ela, dar carinho, atenção tudo o que ela precisa – disse o menino, puxando Bia para mais perto dele enquanto a pequena soltava gargalhadas.
- Eu posso muito bem dar atenção para ela! – falou mais uma vez Luna, puxando, mais uma vez, Beatriz para perto dela, que ainda gargalhava.
- MINHA! – gritou Guilherme, a puxando para ele.
- NÃO, ELA É MINHA – retrucou Luna, também gritando, e também puxando para ela.
- MINHA!
- MINHA!
- MINHA!
E assim, brigaram mais um pouco, enquanto Beatriz ia de um lado para o outro, já sabendo até o que tinha que fazer.
- CHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEGAAAAAAAAAAA! – berrou Beatriz, parando bem no meio dos dois. A menina se sentou no banco e respirou fundo, estava tonta, e quem dera se não estivesse, com tanto vai e vem sua cabeça parecia que ia estourar.
- Se eu soubesse que ia perder minha melhor amiga não teria feito vocês ficarem junto – Luna cruzou os braços e virou de costa para os dois parecendo emburrada. Já Guilherme foi falar com Beatriz.
- Amor, você está bem? – pediu preocupado.
- Você ainda me pede se estou bem? Eu fiquei igual a uma boneca na mão de duas crianças E VOCÊ ME PEDE SE ESTOU BEM? – gritou as últimas palavras.
- Desculpa amor – falou Guilherme, abaixando a cabeça.
- Viu! Eu sabia que ela estaria nervosa depois disso, por isso não arrisquei, já você levou uma patada – disse Luna, ainda olhando para frente e forçou uma risada.
- Calem a boca os dois – pediu estressada Beatriz, e sua cabeça já estava melhor. Ela levantou, ficando no meio dos dois; Luna que estava virada ficou de frente para ela e Guilherme levantou do banco não dando nenhum passo, Beatriz começou a falar com uma voz bem autoritária, como se fosse uma mãe brigando com os filhos que estavam se batendo. – Olha aqui, vocês não são duas crianças. Eu namoro com você – ela olhou para Guilherme –, e você sabe todos os meus segredos, e eu sei os teus, enfim, você é minha melhor amiga – agora, olhou para Luna, que nem se mexia, igual a Guilherme. – Eu amo os dois, e se eu perder um dos dois, eu vou ficar em uma linda e enorme depressão. Vocês não vão mais brigar ok? Quando eu estiver com um eu sempre estarei com o outro. Aqui ninguém é melhor que ninguém ouviram? – os dois balançaram a cabeça em sinal de sim, olhando para baixo. Guilherme colocou as mãos nos bolsos e Luna ficou se balançando para frente e para trás. Beatriz controlou a voz e falou calma. – Então, todos entendidos, agora vamos comemorar – ela ergueu os braços e Luna riu, enquanto Guilherme balançava a cabeça em forma de não.
Eles ficaram sentados em baixo de três arvores – que fazem uma sombra enorme – conversando, rindo, e até tirando fotos. Às vezes Luna e Guilherme brigavam pela Beatriz, mas logo passava. Logo já era 19h15min e Luna tinha que ir para casa ou sua mãe pirava. Ela foi, e Beatriz ficaria só mais um pouco já que Guilherme estava obrigando a menina ficar. A garota foi para casa rápido, pois o parque é bem perto de sua casa. Usou os 15 minutos bem certinhos para chegar.
- Mãe cheguei! – falou a filha, adentrando a casa. Ela olhou na sala e não tinha ninguém, olhou nos quartos e também não viu, mas quando foi a cozinha achou a mãe. – O que é isso mãe? – Elisa estava com um prato cheio de docinhos de duas cores.
- Doces coma – falou simpática a mulher, deixando Luna meio desconfiada, mas sentou-se para comer.
As duas comeram e deram risada. Luna contou sobre Beatriz e Guilherme, mas nem tocou no assunto dela e do Mauricio, ninguém precisava saber, aliás, Guilherme falou que Mauricio devia ter ido para casa já que nem avisou aonde ia.
- Ah mãe, eles estavam tão lindinhos juntos – falou Luna que lambia os dedos tirando o açúcar e o brigadeiro granulado.
- Só imagino, mas a mãe dela deixou? – pediu Elisa, enquanto colocava o prato na pia para lavar.
- Agora a Beatriz vai ter que dar um jeito, mas acho que a mãe dela deixa, ela está bem legal essa semana – a garota riu junto com a mãe. – Vou tomar banho e daí dormir.
- Vá, eu termino aqui.
E Luna foi tomar o segundo banho. Nem pensou muito sobre sua mãe estar bem, como ela mesma sabe: com pessoa bipolar não se pergunta nada. Após o banho rápido, Luna caiu na cama e dormiu a noite inteira.

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