Capítulo X
terça-feira, 8 de março de 2011 14:36 , 0 comentários
Feel the adrenaline moving under my skin
It's an addiction, such an eruption
Sound is my remedy, feeding me energy
Music is all I need ♫
It's an addiction, such an eruption
Sound is my remedy, feeding me energy
Music is all I need ♫
E num piscar de olhos, era dezembro. O aniversário de Luna já tinha passado e nenhuma festa foi feita, e também hoje era o de Matheus, bem no dia. Stella e Eduardo brigavam, voltavam, brigavam, terminavam de vez, se acertavam, ficavam, voltavam... E assim vai. Aliás, agora Eduardo teve que colocar aparelho, então os dois combinam a cor das borrachinhas todo final de mês (da para acreditar?). Bia nunca mais desconfiou do namorado, pelo menos nunca mostrou. É, Amanda e Julia queriam matar os seis por não terem ligado ou qualquer coisa do tipo no dia em que todos aqueles acontecimentos foram presenciados; Matheus parecia ter adivinhado o que Bruno iria fazer (já era de se esperar). Aliás, Luna e Matheus ficaram mais umas cinco vezes nesse espaço de tempo, mas nunca algo mais sério.
- Não sei por que fazer festa de 7ª série – rolou os olhos Luna.
- Por que nós não poderemos estar vivos ano que vem para comemorar – respondeu Beatriz que estava arrumando o cabelo no espelho de Luna.
- Oh! Que trágico Beatriz – ironizou Luna que estava sentada na cama.
- Que tal você se arrumar? Já é quase sete horas! – Beatriz se virou para Luna e colocou a mão na cintura.
- Minha maquiagem já está pronta, isso quer dizer, só falta colocar o vestido e meu tênis – Luna nem se mexia e ainda estava com roupa normal.
- TÊNIS? Você está louca é? Salto filha, você até comprou um! – Beatriz, que já estava de vestido e tudo, aliás um vestido lindo e maravilhoso preto tomara-que-caia e com paetês, se sentou na cama ao lado de Luna.
- É eu sei – a menina bufou.
- Vamos, rápido – apressou a amiga. Luna levantou e pegou o vestido pendurado na porta.
- Não gosto mais desse vestido – reclamou a menina.
- Ah não? Ele é lindo – Beatriz ficou admirando o vestido roxo escuro com rendas pretas, quase igual ao que ela sonhou há alguns meses atrás, mas ele não tinha um decote V nas costas e também não era muito comprido e nem largo, era justinho e o comprimento ia até ao meio das coxas.
- Ok, mas ele não fica legal, eu odeio minhas pernas – Luna já estava colocando o vestido.
- Para de reclamar pô!
- Pronto, agora, a onde está o sapato? – resmungou a loira procurando o par de sapatos no chão.
- Ta aqui – Beatriz pegou em cima da cama o sapato.
- Obrigada – Luna se sentou e colocou no pé. Quando levantou olhou para a amiga. – Putz, nem com salto tu é maior que eu – a menina riu do que disse.
- Sabe, eu também te amo, mas acho que você vai de tênis – as duas riram.
As duas se sentaram e ficaram em silêncio. Uns dois minutos depois um celular toca.
- Alô? – diz Beatriz.
- Oi amor – responde Guilherme.
- Oi coração, então, já ta pronto? – pediu a garota, olhando no relógio e vendo que faltava cinco para as sete e o horário de verão – quando o relógio é atrasado uma hora – já estava determinado, então o sol fica de pé até lá por umas oito horas da noite.
- Aham, eu já passo aí. Beijos.
- Ta, beijos – os dois desligaram. – Ele já vai passar aqui – Beatriz olhou para a amiga que estava paralisada.
- Ai que apreensão – Luna correu para o espelho retocar a maquiagem e passar perfume.
- O que? Apreensão? Hum, já sei – Beatriz fingiu que estava pensando –, é o Matheus né! – ela falou baixinho.
- Aham – Luna respondeu automaticamente –, não, bem capaz, da onde você tirou isso? Só tenho que dar parabéns pra ele – reformulou.
- Ei meninas, tudo pronto? – pediu Elisa parando na porta do quarto de Luna.
- Aham, só tive que convencer a Luna a colocar o sapato – Beatriz riu.
- Eu odeio salto né mãe – confirmou Luna.
- É só eu sei. Vão voltar a que horas? – pediu a mãe.
- Antes da uma hora – Luna abriu um sorriso.
- Não se atrasem né garotas, e qualquer coisa me liguem, lá deve pegar celular.
- Sim senhora, nem se preocupe, estaremos com o Guilherme e dele não desgrudaremos! – respondeu Beatriz. Após alguns minutos conversando, elas ouviram uma buzina e se despediram de Elisa.
- Até quem fim! Não aguentava esperar – fez doce Luna, cumprimentando Guilherme que tinha saído do carro e o pai do garoto.
- Como você colocou terno amor? Foi preciso muito trabalho? – brincou Beatriz dando um selinho no namorado.
- Não, até que não! – Guilherme fez cara feia para a menina. – Nem sei porque estou indo.
- Então ta, me deixe sozinha lá, mas depois não reclame – brincou Beatriz que apertou os olhos.
- Vamos de uma vez – apressou Luna sentando no banco de trás, ao mesmo tempo a amiga se sentou ao seu lado e Guilherme ficou no banco da frente.
A “viagem” até a chácara que ocorrerá a festa foi normal. Chegando lá, o sol ainda estava visível, mas logo iria se pôr.
- Nós temos que ver esse pôr do sol, aaaaah temos! – disse Beatriz descendo do carro.
- Então, temos que ser rápidos... – falou a amiga que já tinha descido do carro e já estava indo para dentro do recinto.
- Nossa aqui é bonito né! – Guilherme olhou para os lados.
- Quem é você e o que fez com meu namorado? – Beatriz esbugalhou os olhos e riu. – É bem bonito mesmo – os dois se abraçaram e entraram na sede.
- OOOI – gritou Julia e Stella que saíram correndo de um dos cantos do lugar até a direção da porta, resumindo, pularam em cima de Beatriz e Luna dando-as um abraço caloroso.
- Cara se eu cair desse salto vocês vão ver só! – avisou Luna fazendo todas rirem.
- Vamos vem – disse Stella puxando Luna para dentro do lugar. Era um salão enorme e alto, feito de madeira maciça, com o teto em forma de cone e todo decorado em lilás e branco.
- Ei! Me esperem – Beatriz soltou-se de Guilherme.
- Eu vou tentar achar o Matheus – gritou Guilherme para Beatriz que estava andando com Julia ao seu lado.
- OK! – respondeu a namorada.
Stella e Luna finalmente entraram no lugar, o corredor era um pouco grande. Sté se sentou em uma mesa perto da pista de dança e Luna ficou olhando para todos os lados. Algumas pessoas que conhecia e outras da segunda sétima já tinham chegado, mas ela não conseguia ver Matheus. Ela olhou para o palco montado mais para frente e viu o garoto mexendo na guitarra junto de alguns meninos que ela não conhece. Ela até iria lá falar com ele, mas viu Guilherme se aproximando deles, decidiu só ficar olhando. Guilherme falou alguma coisa no ouvido de Matheus e o garoto olhou para ela. Os dois paralisaram. O coração dos dois não batia, pulava (essa ficou esquisita hein). Sair correndo para encontrar o outro era a única opção que vinha na cabeça de ambos. Após muita luta para conseguir dar um passo, Matheus se move e vai à direção da menina que pensava: ele ta vindo, ele ta vindo, ele ta vindo, A MEU DEUS O QUE EU FAÇO?
- Oi – disse parando na frente de Luna.
- O-oi – gaguejou a menina a ver ele com um terno, sem gravata, os dois botões de cima da camisa desabotoados e all star preto.
- Você ta linda – elogiou-a.
- Ata, tu que está.
- Ta me irritando esse terno – ele disse sério.
- Ta me irritando esse salto – os dois riram.
- Então tira ué!
- A Beatriz me mata daí – ele deu risada e os dois ficaram uns segundos em silêncio. – Parabéns cara – o olho dela brilhou enquanto eles se abraçavam.
- Obrigada.
- Já pode tirar carteira de habilitação – os dois riram.
- Nem me fala.
- Depois me conta como é ter 18 anos – ela sorriu.
- Ixi, vai querer saber?
- É claro!
- Então ta – ele concordou.
- Conseguiu trazer teus amigos – ela disse olhando para o palco.
- Mas eles vinham, só não era confirmado por uma data da banda – explicou. – Então, depois vai cantar comigo?
- COMÉ? Eu não, ta loco! E que música seria? Nós nem ensaiamos nem nada! – agitou-se Luna após o convite.
- Hum, te conto em cima do palco – ele sorriu de canto.
- Idiota, me fala se não eu não canto – ela emburrou, de mentira é claro, a vontade era de dizer: aham eu canto com toda certeza; mas a coragem faz falta.
- Ta – ele chegou mais perto do ouvido dela e falou o nome da música –, então... Topa ou não topa?
- Ah – bufou –, ta bom, mas só por tua causa e se não gostarem a culpa é tua.
- Não se preocupe, você não vai se arrepender – Matheus deu aquele olhar misterioso para Luna que teve um arrepio pelo corpo inteiro.
- Ah conta porque eu não vou me arrepender! – pediu ela chegando mais perto dele.
- Não, e para de ser curiosa, agora vou ter que ir la ajeitar a guitarra. Já volto – sorriu.
- Ta, só não queime a guitarra – ela disse enquanto ele já saía. Ele só deu um sorriso e continuou a andar.
Luna, sem nenhuma escolha, sentou-se à mesa ao lado de Stella.
- Creio que se o Eduardo não vier eu mato esse pia, porque eu não vou ficar de vela – começou Sté.
- Não cria caso amor! – brincou Luna. – Agora, não sei se eu vou ficar de vela – ela fez cara de triste.
- ATÁ BOM – zoou a amiga –, como se tivesse você ficar de vela com o Matheus ao seu lado. Aquele colírio amiga...
- Tira o olho, você tem namorado – Luna apertou os olhos e as duas deram risada.
- Até quem fim achei vocês! – reclamou Beatriz, sentando-se ao lado de Luna. – Não perdi nada né?
- Não – respondeu Luna tentando não falar do acontecido.
- Rolou maior climão entre a Luna e o Matheus – entregou Stella.
- Asenhor – Luna bufou escorando as costas na cadeira e cruzando os braços.
- AH! Sério, conta tudo – pediu interessada Beatriz – Ei! Julia venha aqui – gritou a amiga, que estava com Amanda na porta, convidando a outra para escutar a fofoca.
- To indo – respondeu gritando Julia, puxando Amanda para a mesa.
- Oi gente – cumprimentou Amanda.
- Oi florzinha – respondeu Beatriz.
- Ta então o que tem? – pediu Julia.
- Assim, o Matheus estava lá no palco ajeitando a guitarra, sei lá, daí ele viu a Luna e veio correndo pra cá...
- Andando Stella, andando! – corrigiu Luna.
- Amor não me interrompa. Voltando, aí quando ele chegou começaram a conversar e só consegui ouvir que eles vão cantar, agora que música não sei.
- Dã, da onde Stella, eu vou ficar sentadinha na minha cadeira o vendo cantar e tocar aquelas lindas músicas de rock – suspirou Luna –, mas eu não canto! Sou horrível nisso.
- Não começa porque eu já te vi cantando no chuveiro quando eu fui posar na tua casa e você não canta mal – disse Julia.
- É e eu te vi cantando com o Bruno uma vez e concordo com a Ju, tu não canta mal – concordou Amanda.
- Quem concorda que a Luna não canta mal levanta a mão! – exclamou Beatriz. As quatro levantaram a mão, exceto, é claro, Luna.
- Ta, aí ele foi embora arrumar a guitarra e fim da história, viu que emocionante? – reinou Luna.
- A festa vai bombar hoje! – gritou Amanda.
- Que é isso menina, deu até de loucura hoje? – pediu Stella.
- Por favor, é uma festa maluco – Amanda começou a se balançar mesmo com uma música baixinha ao fundo.
- Cara, eu sou assim, estourada, e agora estou bem quietinha... Eu te contaminei Mandy!!! – Luna imitou alguém em estado de choque. Depois todas riram.
- Olá meninas – juntou-se a mesa Bruno, sentando ao lado de Julia.
- AAH TA LIINDO – os olhos de Luna de chegaram a brilhar a ver o garoto de terno.
- Não abusa – rolou os olhos Bruno.
- Concordo que ta lindo! – disse Julia. As outras meninas repetiram o que ela disse.
- Ta chega disso – falou Bruno –, quem viu o novo clipe da Rihanna?
- Tava demorando – resmungou Amanda.
O papo se estendeu, mas não muito, pois logo Luna se lembrou de uma coisa.
- Putz, agente não ia ver o pôr-do-sol? – gritou a menina.
- Diabo, é mesmo – disse Beatriz. As duas se levantaram e todos da mesa foram atrás delas.
- Gente, o pôr-do-sol está lindo, quem topa ir la ver? – pediu Luna no microfone.
- Opa bora! – escutou a voz de alguém.
- Demorou.
- Cara, cadê ele?
E assim foi a conversa até o lado de fora. Todos se posicionaram na beira da piscina. Era incrível como o sol pode pintar o céu de laranja. O céu parecia aqueles de filmes românticos que é a cena em que a mocinha e o mocinho se beijam, e as montanhas altas e planas emolduravam o lugar. Pinheiros também podiam ser vistos. Sul do Brasil... Um dos mais lindos lugares brasileiros. O silêncio predominava no local. As meninas ficavam juntas e os meninos também, mas logo um foi do lado do outro e casais foram criados. Beatriz e Guilherme ficaram abraçados; Stella encontrou Eduardo e também o abraçou. Julia e Bruno se encostaram um no outro, mas nada a mais; Luna e Amanda ficaram sozinhas.
- Oi de novo – Matt chegou atrás de Luna cochichando, a menina, obviamente, levou um susto.
- Ai fantasma – murmurou a menina se virando pra frente.
- Boa idéia vir aqui fora. Olhe, todos juntinhos e abraçadinhos e blá-blá-blá – os dois olharam ao redor e comprovaram o que ele disse.
Uma música na sede começou a tocar. I’m Your’s do Jason Mraz. Dava muito bem de ouvir a música. Perfeito.
- Agora, quem vai ser o par perfeito da noite? – Luna riu do que disse. Matt a abraçou pela cintura.
- É esperar e descobrir – ele disse no ouvido dela. Automaticamente um arrepio passeou pelo corpo da menina. Os dois ficaram em silêncio olhando a paisagem.
- Depois tenho que conversar com você – avisou Bruno. Julia só olhou para ele e não respondeu.
- Eu te amo infinitamente – disse Guilherme perto de Beatriz que levou um arrepio ao pé do ouvido.
- Eu te amo mais, mas vou acreditar em você – ela riu baixinho.
- Obrigada por tudo, por esse ano maravilhoso, e que dure até o ano novo, e o outro ano, e o outro, e assim vai.
- Obrigada – os dois olharam para frente e se calaram.
- Novamente sozinha Amanda – resmungou a menina.
- Somos dois então – respondeu um menino ao seu lado. Ele até que era bonito. Alto, magro, olhos verdes reluzentes, cabelo negro. Ela sorriu e olhou para frente.
- Meu baixinho, eu te amo muito – Stella olhou para o namorado.
- Tu é do meu tamanho tampinha, eu te amo muito também – os dois riram.
O sol se abaixou fazendo as estrelas brilharem. Todos continuaram em silêncio e a música havia cessado, mas logo começou uma eletrônica e todos gritaram de felicidade e voltaram a sede, menos Bruno e Julia.
- Então, o que você quer me contar? – pediu Julia sentando em uma espreguiçadeira.
- Não sei como começar – ele respondeu sentando ao seu lado. Os dois se olharam por um momento e ele olhou para frente apoiando o cotovelo na perna.
- Hum... Pensa no que dizer – ajudou. Ele ficou quieto por um momento. Logo ele se virou para ela e desabafou.
- Eu vou embora, vou morar com a minha mãe, meu padrasto e meu irmão em outra cidade, e não sei se volto – falou rápido.
- O-o que? Não, você não vai me deixar sozinha. Bruno, pelo amor de Deus, pensa: com quem eu vou brigar, arrancar pedaço; quem vai dividir fone de ouvido comigo; quem vai sentar nos últimos bancos do ônibus indo pra casa e cortar o cabelo de uma menina ou gritar AE quando o ônibus passa por uma lombada? – ele riu, mas logo escorreu uma lágrima de seus olhos.
- Eu também não quero sair daqui. Quanta coisa eu consegui nesse lugar – Bruno olhou para baixo. – Já falei com a mãe, e eu sou obrigado a ir. Eu ia no começo do ano, mas daí não deu certo – mais lágrimas saíram de seus olhos e Julia também não segurou.
- Ah, o que será de mim sem meu melhor amigo? E olha, não é só eu, tem a Luna também e a Beatriz. Elas já sabem?
- Não.
- Por favor, não nos abandona – suplicou a menina.
- Por favor, não torne as coisas mais difíceis. Além disso, tem outra coisa – ele olhou sério para ela, mesmo chorando.
- O que? – ele hesitou em responder olhando para baixo.
- Isso é mais difícil...
- Fala de uma vez Bruno. Você já disse que vai embora, o que pode ser mais difícil que isso?
- Falar que eu te amo – ele disse olhando para ela.
Os dois ficaram em silêncio. Mais nada seria dito. Mesmo com o barulho da sede, de todos gritando, cantando, conversando, dançando... Mesmo com todo o alvoroço, o silêncio era profundo. Saber o que fazer eles até sabiam, agora quem tinha coragem? Bruno teve. Os dois se beijaram entre lágrimas em uma espreguiçadeira, no último encontro da 7ª série a luz do luar (cena de filme?).
A banda de Matheus tocava as melhores músicas... Rock é claro! Enquanto a maioria estava na pista dançando, outros estavam conversando e outros sentados na mesa.
- Ué, onde está a Julia e o Bruno? – pediu Luna.
- Sei lá, mas o Matheus toca bem mesmo hein! – disse Beatriz olhando para o palco.
- Escute ele tocando quase todos os dias e me fale se é bom – falou sério Guilherme. – To brincando, ele toca muito bem, bom... Ele mora atrás da minha casa, isso quer dizer que eu devo saber todas as músicas décor, mas tudo bem – continuou.
- Nossa, a Stella e o Eduardo dançando estão tão... Engraçados – comentou Amanda.
- Parecem duas criancinhas. Uma de salto e a outra de terno – Luna ria um monte. Todos riram também.
- Olá, posso me sentar ao seu lado – pediu o garoto do pôr-do-sol ao lado de Amanda, vendo uma cadeira vazia.
- Claro – ela olhou para as amigas e Guilherme e viu que estavam bem interessados em alguma coisa.
- Então, prazer André – disse o garoto já sentado ao lado da menina.
- Prazer, Amanda.
- Tudo bom?
- Aham, e você?
- Bem – ele sorriu.
- Você não estuda nas sétimas séries não?
- Não, eu reprovei, estou na 6ª. Ganhei um convite do Eduardo, mas ele me abandonou pra ficar com a Stella.
- Então, você é amigo dele.
- Aham, conversamos bastante.
- Hum – ela olhou para o lado.
- Namora? – pediu o piá.
- Não, e você? – respondeu e perguntou envergonhada a menina.
- Também não – ele ficou um pouco em silêncio –, você é muito linda sabia?
- Obrigada, você também é lindo – ela sorriu corada.
- Que nada, sou horrível – os dois riram.
- Não me faça discutir com você.
- Ok, se for pra brigar assim de cara eu fico quieto – e eles dois ficaram no maior papo, pareciam até amigos de anos, até que...
- Quero a atenção de todos, por favor – falou Matheus, no microfone logicamente, quando a música acabou. – Eu combinei com uma pessoa de cantar aqui, então... Luna venha até aqui – todos pararam e olharam para Luna que levantou e mal conseguiu ficar em pé. Não se sabe como o silêncio predominou o lugar. Ninguém viu, mas Bruno e Julia entraram pela porta lateral e ficaram no cantinho. Luna, em estado de choque, paralisou, e Beatriz percebendo a reação da amiga gritou:
- Vamos lá Luna! – todos bateram palmas, encorajando a menina. Ela foi até o palco e, enquanto Matheus passava a guitarra para o amigo/vocalista/guitarrista, ela foi pegando o microfone.
- Cara eu vou te matar, agente nem ensaiou nem nada – ela cochichou no ouvido dele.
- Não se preocupe, você sabe décor essa musica – ele riu.
- É eu sei, mas eu só canto em casa!
- Finja que é tua casa, foi assim comigo no começo – ela deu uma risada falsa e se virou para frente vendo todo mundo a olhando.
- Eu não vou conseguir – ela disse.
- É só cantar Luna, não tenha medo – incentivou uma amiga da platéia.
- Bom, essa música a maioria daqui deve conhecer... Smells Like Teen Spirit da banda Nirvana – ele disse no microfone. Palmas e gritos foram escutados e logo a música começou com aquele solo de guitarra maravilhoso.
Realmente a maioria conhecia aquela música. Aliás, quem não conhece?
- “Load up your guns and bring your friends, it's fun to lose and to pretend” – ele cantou e fez um sinal para Luna cantar.
- “She's overbored and self assured. Oh, no, I know a dirty word” – ela seguiu meio sem confiança.
- “Hello, hello, hello, how low” – os dois cantaram junto.
- “With the lights out it’s less dangerous, Here we are now entertain us” – com o começo do refrão ela ficou mais segura e soltou a voz. Sim, ela cantava muito bem.
- “I feel stupid, and contagious, Here we are now entertain us” – continuou ele. – ‘I'm worse at what I do best and for this gift I feel blessed” – ele cantou calmo essa frase, que vem depois do refrão.
– “Our little group has always been and always will until the end” – ela olhou para frente enquanto cantou essa frase e todos a saldaram com uma salva de palmas.
A música continuou, e a cada frase Luna ganhava mais intensidade na voz. Matheus estava feliz por vê-la rindo e cantando lindamente. Os dois tinham uma combinação de voz espetacular. Ele com uma voz meio rouca e ela com uma voz potente. A música terminou com todos cantando juntos e com o som bem baixinho, ou seja, as vozes de todos se destacavam. No final todos bateram palmas, pularam, gritaram... Fizeram a festa. Não se via mais pessoas lá fora, ou sentadas, ou conversando. A atenção era o palco.
- E agora, para não ficar só rock, que tal cantar uma música que também acho que todos conhecem? Só que agora é com a Luna.
- O quê? – praticamente gritou a menina. Ela esbugalhou os olhos e falou: que música?
- Oh nana – Matheus cantarolou com uma voz fininha. Alguns riram. A música começou a tocar, mas não com a banda, com um fundo de CD.
- Então, Beatriz, venha aqui e cante comigo – chamou Luna. Beatriz hesitou mas foi.
- “Oh nana, what’s my name. Oh nana, what’s my name” – cantou a menina; Matheus se aproximou dela, e quando terminou essa parte ele começou a dele:
- I heard you good with them soft lips – eles ficaram com o corpo um colado no outro. – I come alive in the night time (…) Only thing we have on is the radio. Ooooh – eles me balançaram conforme a batida da música –, let it play, say you gotta leave, but I know you wanna stay (…) Soon as I go the text you gon write is gon say...
- You got that something that keeps me so off balance. Baby you're a challenge, let's explore your talent – quando começou o refrão, as duas cantaram junto; Luna envolvida com Matheus e Beatriz ficava olhando para o namorado. Só Deus sabe quantas vezes essas duas cantaram essa música. – Hey boy I really wanna see if you can go downtown with a girl like me. Hey boy, I really wanna be with you – as duas cantaram e novamente Luna e Matheus se movimentavam conforme a batida da música, ele andando para trás e ela para frente (ela em sentido ele, entenderam?). Ele desceu do palco, deixando as duas amigas sozinhas la em cima. - Cause you just my type. I need a boy to take it over
- “Baby you got me, ain't nowhere that I'd be, than with your arms around me” – cantou Beatriz.
- “So I surrender, to every word you whisper”- as duas cantavam como se estivessem em casa na frente do espelho com a música no celular. Alguns minutos depois, a música estava acabando e todos estavam cantando o refrão juntos.
- Ooooh, Oooooh – terminaram a música cantarolando. Palmas invadiram o local e as duas agradeceram aos amigos na platéia. Elas podiam ver os melhores amigos quase explodindo de alegria; Beatriz também via o namorado sorrindo alegremente enquanto batia palma e Luna encontrou Matheus que balançou a cabeça em forma de “sim” enquanto também batia palma.
- Ai, minha adrenalina se esgotou hoje – Luna suspirou enquanto falava sentada na mesa. Todos já aviam se contido e Matheus saiu do palco também, agora sentava-se ao lado de Luna.
- Acho que não – disse o garoto.
- Ixi, o que mais vai acontecer? – perguntou Stella.
- Você vai ver! – respondeu Matt com um sorriso de canto.
- Amanda! – chamou Stella.
- Oi – respondeu a amiga tirando a atenção de André.
- Deixa pra namorar depois amor, pelo jeito vai acontecer uma coisa.
- Quando acontecer me fala! – e ela voltou a conversar alegremente com o garoto.
- O que aconteceu que você ta com os olhos vermelhos Julia? E você também Bruno? – pediu Beatriz preocupada.
- Nada não, outro dia eu conto – respondeu Bruno.
- É, outro dia, hoje não, está tudo tão animado – concordou Julia.
- Cara, como vai ser a oitava série? Todos aqui vão ficar juntos né? – disse Luna. Bruno e Julia se olharam, mas não iriam falar nada hoje.
- Acho que sim né gente? – Beatriz disse e todos concordaram, menos Bruno, mas ninguém viu ele ficar sem reação.
- Esse é o melhor final de ano letivo da vida de qualquer um aqui! – falou Stella.
- É – concordaram os casais enquanto um sorria para o outro, até Julia e Bruno sorriram.
- Pois é, já que está tudo animado, eu vou aproveitar – Matheus se levantou e todos olharam para ele. Stella cutucou Amanda que tirou novamente a atenção de André.
- Manda a ver piazão – brincou Eduardo.
- Luna, levanta – pediu Matheus. Beatriz já pegou a câmera fotográfica, qualquer coisa que acontece... – Assim eu não sou nenhum mestre em romantismo, e tal, mas tudo que falo eu falo de coração, disso você sabe.
- Onde você quer chegar? – interrompeu Luna, que estava virada para ele.
- Cala a boca Luna – disse Beatriz.
- Continuando, acho que hoje você mostrou que com um empurrãozinho você consegue muita coisa. Você sabe o que é certo. E acho que esse empurrãozinho que eu te dei foi muito beneficente. Voltando ao assunto: acho que... Isso ta errado. Espera – ele olhou para o lado, pensativo. – Quer saber, eu vou resumir, já que romantismo não é comigo... – ele pegou na mão de Luna e chegou mais perto dela.
- Matheus – ela sussurrou com a voz trêmula.
- Eu te amo tanto. Esse um ano eu me segurei muito para não fazer qualquer burrada, ou qualquer coisa precipitada. Não me entenda mal, por favor! Mas, o que eu sempre quis fazer... É isso. Luna, após tanto tempo, tantas coisas, você... – ele parou.
- Vai de uma vez antes que eu tenha um ataque aqui – gritou Stella, Beatriz concordou e Julia e Amanda também. Luna não conseguia falar. Era de mais para ela. Tudo isso em uma noite só. Que noite!
- Você aceita namorar comigo? – ele pediu. A mão dos dois suava frio. Ela começou a tremer, mexendo os lábios em sinal de pensamento. Logo ela suspirou, fechou os olhos e a tensão acabou. Para ela. Ele pensava: sim ou não, sim ou não, por favor sim, por favor sim, não responda não... E por aí vai. Ela chegou mais perto, quase colada no rosto dele.
- Preciso dizer que sim? – eles dois sorriram e se beijaram delicadamente e cheio de emoção.
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