Capítulo V

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Sonhos que apagam o que você deixou em mim
As horas passam e eu estou sozinho sem você

Talvez com medo de tentar me envolver
Histórias são momentos ♫

Mais uma vez o despertador toca com uma musica alegre, mas quem ficará alegre em um dia de aula? Luna acorda, acende a luz e vai fazer tudo o que sempre faz. Quando termina, da uma última olhada no espelho e resmunga:
- Cabelo horrível, cara de sono, hoje o dia está perfeito senhorita Luna! – e ela saiu para a escola comendo uma maçã.
Como sempre, para o caminho da escola ela vai pensando.
“Nossa, e aquele idiota do Mauricio, achando que eu sou fácil, aham! Vai nessa baby. E ele ainda diz que prefere namorar, quase me atacou. Bom, eu quase resisti. QUASE! Ainda bem que ele foi para casa, acho que ele não se parece com aqueles caras de livros românticos que depois de levar um toco da amada, saí para rua e se mata, ou se mata com a faca, sei lá, mas se mata! Aliás, eu fico imaginando se ele não estivesse em casa o Guilherme teria me ligado perguntando se eu talvez soubesse onde ele poderia estar ou me ligaria convidando-me para o funeral do garoto. Nossa ontem eu estava romântica, hoje estou do mal. Fases? Asenhor! Agora que eu percebi, eu não pensei e nem sonhei com o Matheus! UHUUUL! – a menina gritou a última palavra erguendo os braços, mas logo ficou quieta quando escutou um cachorro latir, ela riu sozinha e continuou pensando. – Será que isso é uma evolução? Só pode, porque eu sempre pensava nele, bom, hoje eu não penso mais, ele não vai a aula mesmo, a festa do amigo dele devia estar bem legal. Ainda bem, mas claro que eu queria ele lá, hoje tem ciências, e ele iria fazer piada junto comigo e com a Bia e tem o trabalho de geografia. Outro dia ele vai!”
Ela continuou andando até chegar à escola. Hoje não encontrou com Beatriz, na verdade é raro encontrar alguém na rua há essas horas. Todos chegam atrasados, menos Luna. A garota entrou no colégio e foi direto para a sala, jogou a maçã que veio comendo no lixo e sentou no banco. Ainda só tinha uns garotos e umas meninas que não conversa muito, ela só as cumprimentou e colocou uma música no celular, a escutando com fones de ouvido.
Luna ouvia a música cantando bem baixinho. A música era em português, e como sempre, ela sabia décor e salteado.
Na vida desses amigos a música está muito presente. 24 horas por dia esses jovens escutam música. Matt sabe tocar guitarra e tem uma banda de rock. Luna, Beatriz e Bruno amam músicas internacionais como pop, pop/rock, entre outros e não são muito fãs de sertanejo, mas respeitam. Beatriz, Luna e Stella também gostam de hip-hop e rap internacionais e alguns nacionais. Julia e Amanda são as que mais gostam de sertanejo no grupo, mas também curtem outros estilos. E todos também amam rock. Realmente, o grupo é bem eclético.
Logo Stella chegou, sentou-se no banco e Luna tirou os fones de ouvidos.
- Oi coração – cumprimentou primeiro Luna.
- Oi flor – respondeu a garota.
- Tudo bem? – falou a loira guardando os fones na mochila.
- Tudo e você?
- Bem.
- Novidades? – perguntou a pequena.
- Eu tenho uma novidade que não é minha, mas isso eu deixo para a pessoa falar – as duas riram. – E você?
- Não.
- E o Eduardo?
- Ah menina, ontem eu passei a tarde falando com ele no MSN, e eu pedi há quanto tempo ele estava sem ficar com alguém, e ele disse que menos de duas semanas, isso quer dizer que a Amanda está errada – Luna começou a rir baixinho da amiga que estava empolgada. – Aí ele falou que me acha bem legal e que gosta de conversar comigo – a loira lembrou de Mauricio, mas logo esqueceu do garoto –, e daí quando ele foi sair ele me mandou um coração de emoticon e falou: eu te amo menina. Eu estou muito feliz Lua, você nem acredita. Ele é lindo, maravilhoso, querido, simpático... Tudo – os olhos da menina brilharam e Luna deu risada.
Stella não abusou quando falou lindo e maravilhoso. Eduardo é do tamanho de Stella, ou seja, nem um pouco alto. É magrinho, tem os olhos castanhos e o cabelo cor de mel. O corte do cabelo dele é um tipo de repicado masculino, não é tão grande como o do Mauricio, mas não é muito pequeno. Ele é engraçado e pegador. Sim, foi o que eu disse. Não é muito estudioso e vive fazendo piada no meio da aula, assim como Luna e Beatriz, mas elas estudam.
- Hum, e quando que vocês vão ficar, por que... Ô enrolação garota! – falou a loira.
- Sei lá, estamos conversando ainda – respondeu a outra.
- Ainda! – surpreendeu-se Luna, mas as duas riram.
- E você e o Matheus?
- Asenhor – a garota revirou os olhos –, o que tem? Somos amigos, ponto final.
- Sei! – suspeitou Stella.
- Você ficaria com ele?
- Quem não ficaria.
- É, quem não ficaria – Luna resmungou, repetindo as palavras da amiga, e olhando para o lado, em busca de alguém ou de assunto.
Depois de uns segundos sem falarem nada, Amanda chegou e Stella foi carregada para tomar água e novamente Luna ficou sozinha.
- Já estou acostumada – falou baixinho Luna, se referindo a ficar sozinha. Colocou os fones de ouvido e fechou os olhos, escutando uma musica calma, linda e em inglês.

- LUUUUUUNAAAAAA! – gritou Beatriz sacudindo a menina e Julia, Bruno, Stella e Amanda atrás de Beatriz.
- O que? – falou a garota, endireitando a cabeça para frente percebendo que não estava mais com seus fones de ouvido. – O que aconteceu? – ela falou com uma voz fanha e passando a mão nos olhos que estavam pressionados por causa da luz do sol.
- Menina, você dormiu!!! – falou indignada Julia e todos riram, bastante.
- SÉRIO? – Luna colocou as mãos fechadas na maçã de seu rosto.
- Sim! – respondeu Stella.
- Acho que estamos a uns dois minutos tentando te acordar – disse Bruno, caindo na risada.
- Cara, eu acho que foi de ontem, de tanto que nós andamos e todos os acontecimentos né Bia – a loira olhou para a amiga –, não é!
- Que acontecimentos? – pediu Amanda esbugalhando os olhos.
- Luna, aprenda a fechar o bico, mas já que falou... Eu e o Guilherme estamos namorando – Bia deu um sorriso e Luna a abraçou. Julia colocou a mão na boca quase dando risada, Stella abriu a boca em motivo de assustada e Amanda a imitou, já Bruno questionou.
- Você ta brincando né? O Guilherme sempre corria atrás de você e você sempre dava patada no garoto, agora vocês estão namorando.
- Sim Bruno, acredite – respondeu Luna.
- Asenhor é agora que o mundo acaba. Invés de ser em 2012 é hoje. CORRE QUE LÁ VEM TEMPESTADE! – brincou Bruno fingindo estar em estado de pânico.
- Cala a boca Bruno, e você que nunca namorou – retrucou Bia.
- Não vamos colocar minha vida amorosa aqui, e eu nunca namorei com alguém porque não quis ok?
- Sim senhor, então não fale do meu relacionamento com o Méme.
- Méme? – pediu assustada Luna, olhando para a amiga e a soltando do abraço.
- Aham, gostou – todos riram pelo apelido que Bia criou.
Bate o sinal e ainda todos estão rindo. Também quem dera: Luna dormiu e Beatriz criou um apelido ridículo para o namorado.
Todos entraram na sala e se sentaram cada um em seu devido lugar. Matt não estava na aula, mas ele sabia que ia ter um trabalho de geografia hoje, – matéria que ele não é muito bom – e ele precisava de pontos, e ele não estava. Bom, cada um tem consciência de seus atos.
A primeira e a segunda aula passaram normalmente, e a próxima era geografia. O professor Igor entrou na sala, sentou-se e tirou o diário escolar para fazer a chamada.
- Cara, o Matt se ferrou, esse trabalho é o mais importante – falou Luna, olhando para trás, ou seja, para Beatriz.
- Poisé, quero só ver, o garoto vai reprovar mais uma vez – respondeu à amiga.
- Bate três vezes na madeira, você acha que ele vai reprovar tendo nós como apoio estudantil – as duas riram. – Nunca!
- Bom, não adianta só ter amigas que ajudam 100% nos estudos, tem que estudar por si próprio também.
- Concordo, vamos ficar quietas, porque o professor vai fazer a chamada – e as duas ficaram quietas esperando seus nomes.
A chamada deve ter demorado uns 2 minutos, mais dois para o professor entrar na sala e se acomodar. Quatro minutos perdidos, e Matt ainda não chegou à sala. O professor guardou o diário em sua mochila, se levantou, e quando pegou uma folha para explicar sobre o trabalho, alguém bate na porta.
- Será que é ele? – resmungou Luna para si mesma, olhando o professor ir à porta. O professor abriu, mas a pessoa estava ao lado contrário do campo de visão de Luna, por isso ela não conseguiu ver a pessoa, e também, o professor e o ser humano do outro lado falavam baixinho.
- Entra, e sente-se rápido – falou o professor em alto e bom tom.
- Pode deixar – Matt entrou, com uma cara de sono e andou devagar até sua carteira. Luna sorriu e olhou para baixo.
- Pensei que não iria vir – disse baixinho Luna, enquanto o garoto sentava na cadeira.
- Eu não ia vir, estou com a maior dor de cabeça do mundo, meu olho está latejando e minha cama nunca pareceu tão deliciosa como agora – respondeu o garoto.
- Ta bêbado é?! – pediu Beatriz, Luna só deu risada quando o garoto concordou com a cabeça.
- Quer que eu pegue a mangueira das serventes e te de uma esguichada de água fria? Porque a essas horas da manhã, um banho de água fria acorda até morto – os três riram pelo que a loira disse.
- Não obrigada, eu já tomei banho e um café bem quente – respondeu o garoto.
- Posso recomeçar a aula e explicar o trabalho? Já se passaram quase 7 minutos, por favor, silêncio – falou o professor, com uma voz alta, e fazendo todos se calarem.
O professor Igor não é muito alto, é moreno e tem os olhos castanhos. Igor entrou esse ano como professor, e é bem engraçado, mas suas provas não são as mais fáceis.

A aula dele acabou, e – graças a um anjo – ele conseguiu terminar de explicar o trabalho e mandar os alunos começarem essa aula. Todos já haviam saído da sala, menos Matt, Luna – que estava guardando os materiais para ninguém roubar – Bia, – que estava escutando música e quase dormindo na cadeira – Bruno e Julia, que também estavam escutando música e desenhando na carteira de Bruno – mas depois eles apagam.
- Cara, eu não acredito nisso. Eu vim para essa aula, de ressaca, só pra ele explicar e mandar agente começar, isso a Luna ou a Bia podia fazer – resmungou Matt, abaixando a cabeça, a encostando-a na carteira, mas Luna escutou as palavras do garoto.
- Para de resmungar, e você ainda tirou suas dúvidas com o professor – falou Luna, sentando em cima da carteira do menino.
- Intimidade mil né Lua – riu o garoto, enquanto falava, levantando a cabeça e olhando para a menina. Ela deu um tapa na cabeça de Matt e riu.
- Vai vim amanhã? – pediu a garota, olhando para ele que estava sentando todo desleixado na cadeira.
- Bem capaz, não sou louco! – ele falou. Luna chegou mais perto e sussurrou.
- E se eu pedisse? – ela ergueu uma sobrancelha, continuando bem perto de Matt.
- Por favor, só um dia, eu vou morrer se vir a semana inteira – Matt chegou mais perto de Luna, os dois estavam quase grudados, mas ela se afastou e falou olhando para frente – para a parede.
- Você não veio segunda.
- É, mas vim terça, quarta e o hoje bêbado ainda por cima.
- Também, quem mandou encher a cara? – se intrometeu Beatriz guardando os fones no bolso da jaqueta.
- Ah! Fique quieta Beatriz.
- Também te amo coração! – respondeu irônica a garota e Luna só riu.
- Vamos sair da sala antes que a tia – eles chamam a servente de tia – venha e nos mate – disse Luna, saindo de cima da mesa de Matt. 
- Eu brigo com ela, mas fico aqui, to afim de dormir – disse Matt, abaixando a cabeça e fechando os olhos.
- Bebezão – falou Beatriz, bagunçando o cabelo de Matt. – É pior que meus irmãos cara, e eles têm menos de um ano.
- Então, eles não vão para a escola e nem bebem! – respondeu o garoto.
- Para de drama, é só não tomar cerveja ou sei la o que você toma – gritou Luna, que estava perto da porta já.
- Caipirinha, vinho, cerveja, whisky... – disse o garoto, levantando-se da cadeira e fazendo uma cara de: hum, delicia!
- Asenhor como que você ainda tem fígado? – perguntou assustada Beatriz, passando a mão na barriga do garoto, como se estivesse examinando.
- Quer ver? – o garoto respondeu, levantando uma sobrancelha e Bia corou.
- Vamos de uma vez seu idiota – falou Bia, saindo de perto do garoto que também se dirigia a porta.
- EI, VAMOS PRA FORA JULIA E BRUNO, SEI QUE VOCÊS SE AMAM, MAS VÃO NO BANCO AGORA PARA ESCUTAR MÚSICA! – berrou já la de fora, Luna, brincando, pois os dois não se amam... Nem um pouco, pelo menos não é o que parece.

No recreio, Beatriz foi com Guilherme na sala dele, e Bruno e Julia continuaram a escutar música. Matt, como sempre sumiu, e Amanda, Stella e Luna ficaram conversando sentadas no banco.
- Sabe, sei lá, acho que você e o Eduardo se dão bem, claro que ele não é muito de conversar com agente, conhece né, mas vocês dois tem futuro! – exclamou Luna olhando para a baixinha de óculos.
- Cara, hoje eu vou conversar com ele, mas tipo um papo bem sério e tal... – começou Stella.
- Lá vem bomba – resmungou Amanda.
- Obrigada por me interromper amor, então... Aí vamos ver se agente fica – Stella abriu o maior sorriso do mundo.
- Torço por vocês dois amiga – respondeu Luna, dando um sorriso.
- Quer saber? Também torço por vocês dois, quem sabe ele mude – falou Amanda.
- Tomara, e obrigada gente... Amanda vamos tomar água?
- Vamos – respondeu a garota. – Vamos Luna?
- Não obrigada – ela colocou os fones e ficou escutando musica, até chegar o “casal melhores amigos de Luna”.
- Olha só quem chegou! – disse Luna tirando os fones, levantando e chamando a atenção de Julia e Bruno que também se levantaram, tirando os fones de ouvido e olhando para Guilherme e Beatriz que pararam na frente da sala de mãos dadas.
- Tudo bem gente? – pediu Guilherme, que ainda não tinha visto ninguém dali, a não ser a namorada. Todos balançaram a cabeça para cima e para baixo, em forma de sim, e respondendo com: “aham” ou “sim”.
- Então, namorando muito? – alguns riram pelo que a Luna disse, já Bia corou.
- O máximo que podemos, por estar na escola – respondeu Guilherme ficando atrás de Bia e a abraçando.
- E você já sabe do teu novo apelido? – Julia falou, enquanto Bruno e Luna riam e Beatriz esbugalhava os olhos.
- Que apelido? – pediu interessado Guilherme.
- Nada amor – respondeu Bia.
- Agora fala! – mandou o garoto compromissado.
- MÉME! – Luna praticamente gritou, e depois gargalhava por ver a cara de assustado de Guilherme. Enfim, todos riram de Luna, que ria tanto que já estava chorando e sentindo falta de ar.
- Senhor, o que é isso? Qual a piada do dia? – perguntou Stella, acompanhada de Amanda.
- O novo apelido do Guilherme – respondeu Bruno, que já não ria muito.
- Qual? – pediu Amanda.
- Méme – falou Julia, enquanto novamente, Luna tinha um ataque de risos.
- Cara, não achei a graça nisso – disse Stella.
- Eu também não, to rindo por causa da Luna que teve um ataque de risos aqui – todos concordaram com Guilherme que acabara de falar. – Aliás, porque você esta rindo tanto? – ele se referiu a Luna.
- Por que... É... Que... Minha tia... Tinha um gatinho cor de... Burro quando foge... Chamado Méme... Entenderam? – falou a menina, enquanto ainda ria.
- Por favor, alguém me mata – Beatriz fez drama com essa frase, com certeza.
- Mas o que tem de especial com o gato Luna? – perguntou Julia.
- É que só faltava ele pegar alguma doença sexualmente transmissível porque ele andava por tudo cara, ia pro mato e só voltada três dias depois para comer... Comida e para dormir em uma caminha deliciosa. Depois saía e assim repetidamente até morrer.
- E como o coitado morreu? – pediu Beatriz. Ela é uma amante de gatos, defende eles até que pode.
- Meu, ele vivia com as gatinhas no cio, devem ter posto veneno para ele morrer – respondeu a loira, que agora já não ria tanto.
- Agora to com pena dele – disse Beatriz; Julia e Amanda concordaram.
Eles ficaram conversando mais um pouco, pois logo o sino para voltar às salas soou.

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