Capítulo VI
segunda-feira, 7 de março de 2011 19:15 , 0 comentários
I know you get me so I let my walls come down, down
Before you met me I was alright but
Things were kinda heavy, you brought me to life ♫
Before you met me I was alright but
Things were kinda heavy, you brought me to life ♫
Passaram-se os dias, as semanas e completou dois meses. Matheus nunca mais falou coisinhas bonitinhas para Luna; ela acha que ele teve um surto psicótico e por isso falou aquelas coisas no dia em que ela caiu. Beatriz e Guilherme estão juntos ainda e parece que o amor dos dois não tem fim. Eduardo e Stella ainda não ficaram e agora vivem juntos, só faltam namorar; o garoto não é muito a fim de namorar, mas nada que Stella dê um jeito de mudar ele. Amanda conheceu um amigo do primo dela, da 8ª série, eles conversam e ele também já pediu para ficar com a garota, mas ela não aceitou e continuou com a amizade dos dois. Luna não ficou com ninguém. Bruno continua do mesmo jeito, sem ficar com ninguém na vida. E Julia também não ficou com ninguém.
As férias de julho estão chegando e os amigos não sabem o que vão fazer nessas férias frias. Julho, na cidade onde eles moram, é muito frio. O inverno inteiro é muito frio. Tem geado quase todos os dias e os termômetros adoram ficar entre 2 ºC ou 0 ºC. Por isso, a maioria que ia de a pé, agora vai de carro para a escola. Inclusive Luna. Aliás, sua mãe está bem feliz agora, não está nervosa e nem reinando. A paz reina na casa de todos.
- Ah mãe, vamos passar perto do parque para ver quantos graus está hoje? – falou Luna com voz de bebê, enquanto ia abrir o portão da garagem pra a mãe dela tirar o carro. Ela se referia a um painel que mostra a data, a hora e a temperatura.
- Você não vai se atrasar? – pediu Elisa, já entrando no carro e deixando Luna “pensando” sozinha, já que dentro do carro não escuta. Ela tirou o carro e Luna fechou a garagem e o portão, entrou dentro do carro e falou.
- Ainda é 7:05 da manhã, não vamos “me” atrasar – respondeu a garota, olhando no painel do carro. - Asenhor aqui dentro do carro está 3 ºC, imagine na fora – a menina olhou para fora e viu a geada que cobria a rua.
Elas foram para o lugar aonde tem o tal painel. Passando lá, havia vários carros, quase um engarrafamento, e isso é muito raro.
- MINHA NOSSA! – gritou Luna, olhando para o painel. – Mãe, olhe, está -3 ºC – a menina se deslumbrou pela temperatura que fazia. – Vai nevar?
Elisa, quando era pequena, presenciou uma nevasca em 1963 na cidade, quando tinha apenas oito anos de idade. Infelizmente ela estava com caxumba e não pôde sair para brincar na neve. Mas nada que a impedisse de pegar na neve, pois seu pai incansavelmente com um balde nas mãos, ia la fora pegar neve para a filha. E até hoje ela reza pra que neve novamente para Luna ter o prazer de brincar na neve.
- Não sei filha, vamos ver, para isso tem que garoar já que a temperatura está tão baixa – respondeu Elisa indo a direção a escola de Luna. A cidade é um pouco pequena, não passa de 90 mil habitantes, então, tudo é perto.
Chegando à escola, Luna hesitou a sair no frio da manhã, mas se obrigou depois que viu Beatriz sair de um carro.
- Tchau mãe, se cuida, obrigada – disse a loira saindo do carro e mandando um beijo para a mãe. – BIIIA! – gritou a menina, esperando a amiga atravessar a rua e chegar perto dela.
- Oi amor – respondeu a morena fazendo o que Luna estava esperando.
- Putz que frio – reclamou Luna, dando um beijo na bochecha da amiga, e entrando na escola.
- Nem fala, eu estou com cinco blusas e com duas jaquetas – disse Bia, que se encolheu mostrando frio.
- Eu estou com seis blusas e com duas jaquetas... RÁ GANHEI – as duas riram. – Mas cara, eu passei com a mãe para ver a temperatura, e você não acredita amor – o olho de Luna deve ter brilhado pela empolgação da garota.
- Quanto? – pediu a amiga, passando pelo corredor da sala de Guilherme, e percebendo que o namorado ainda não tinha chegado.
- -3 ºC! – gritou a menina.
- Asenhor, caraca, onde está o verão senhor, aonde? – disse a morena olhando para cima.
- Nos EUA! – Luna deu um sorriso de orelha a orelha e a amiga a olhou com cara de tacho. – Ânimo amiga, talvez neve!
- SÉRIO? – gritou a morena, parando no meio do pátio central.
- AHAM – respondeu também gritando a loira, elas riram e voltaram a caminhar a sala.
Chegando a sala, elas foram falar com as outras meninas da sala.
- Gente, vamos combinar uma coisa... Como hoje é o último dia de aula e depois virão as férias, se nevar, nós vamos nos encontrar nas três árvores ali na frente da escola, ta? – combinou Luna, e todas concordaram. O terreno na frente da escola tem um pequeno morrinho com três enormes árvores, e as raízes das árvores aparecem, formando alguns banquinhos. É lindo lá. É como que todo o terreno e os arredores tivessem/foram aterrado e deixado só o morro com as árvores. É mágico.
O sinal bateu e todos tinham chegado menos Matt. Se ele for para a escola, só depois de cinco minutos de atraso, isso já se tornou sagrado para o garoto. Os alunos entraram na sala e se aninharam em seus lugares, tentando se manterem o mais quente possível. Fecharam as janelas e a porta.
- Cara, lembra que na 4ª série nós tínhamos um aquecedor? – falou Luna, chamando a atenção de Bruno, Stella, Eduardo – que agora já está falando mais com as pessoas do “grupinho” – Beatriz e Julia. Amanda estava em seu lugar, que é bem na frente, mas não deu atenção.
- Nossa, eu lembro, eram dois – respondeu Beatriz.
- Era tão bom – disse Julia, lembrando dos tempos do aquecedor.
- Vamos ir lá roubar? – deu a idéia Eduardo, que fez todos olharem com cara de: “aham-vai-você”.
- Sim, vamos lá daí a professora nos mata e continuamos sem o aquecedor – respondeu sarcástico Bruno.
- Ah que saco, eu não estava na 4ª série. Não tenho essa lembrança calorosa – Stella fez cara de choro.
- Quem mandou só chegar esse ano? – Beatriz falou, e Stella deu de ombros.
- No banheiro tem aquecedor – vibrou Julia.
- Sério, no banheiro? – pediu incrédula Luna.
- Aham, eu fui antes la ver meu cabelo, e estava bem quentinho – respondeu Stella que fora no banheiro com Julia.
- Mano, eu não acredito ainda, tem aquecedor no banheiro e não nas salas. DÁ PARA ENTENDER? – Luna gritou as últimas palavras, fazendo uma careta feia e todos riram.
- Poisé, acho que eles querem que todos matem aula para ficar no banheiro se esquentando e eles poderem ir para casa – Eduardo riu do que disse, e se referiu aos diretores.
- Nem fala, se for isso eu corro para lá – terminou Julia.
- Até quem fim é o último dia de aula, aí agente pode ficar embaixo das cobertas bem quentinhas, com um copo de achocolatado quente e assistindo os filmes do Harry Potter – sonhou acordada Beatriz, que é fã numero 1 da saga do bruxo Harry Potter.
- Prefiro de terror – disse Bruno dando uma risada maléfica.
- Eu também – Eduardo concordou com Bruno.
- Romance – falou Julia e Stella concordou.
- JACKIE CHAN – gritou Luna, fazendo todos que prestavam a atenção rirem. – Eu to falando sério, eu amo os filmes dele, eu morro de ri.
- Asenhor ela da risada – Beatriz abaixou a cabeça e bateu com a mão na testa. Novamente todos riram.
- Desculpem-me o atraso, eu estava na biblioteca – se explicou a professora de inglês indo em direção a mesa dos professores e colocando seu material em cima da mesma.
- Professora, desculpa eu o atraso, minha mãe pediu para fazer uns negócios la e eu me atrasei – interferiu Matt, ficando encostado no vão da porta.
- Sempre né Matt, sempre atrasado. Aliás, o que sua mãe pediu para você fazer a essas horas da manhã?
- Tirar neve da rua – Matt deu um sorriso de orelha a orelha, fazendo alguns alunos e alunas rirem.
- Entra garoto! – os professores já nem brigavam mais com ele, como disse, era sagrado cinco minutos de atraso.
As três primeiras aulas passaram normais, só o frio que castigava todos. Escrever no caderno parecia um castigo, por isso os professores fizeram mais leitura e explicação oral. O sinal para o recreio tinha batido e ninguém, repito, ninguém – nem mesmo o Matt que sai sempre – quis sair da sala, então, os garotos enrolaram a servente que os deixou dentro da sala, só por hoje.
- Ok, o que vamos fazer aqui? Temos 15 ou 20 minutos – falou Luna, encolhendo as pernas na cadeira e ficando bem parecida com uma bola.
- Alguém tem alguma garrafa? – pediu Beatriz, erguendo uma sobrancelha.
- AAAAH NÃO, NÃÃO, POR FAVOR – gritou Luna, sentando normalmente e olhando para Beatriz. Ela teve essa reação sobre: pediu-garrafa-pode-crer-que-é-verdade-ou-desafio.
- Cara, eu estava brincando – resmungou Bia.
- Mano, você tem namorado, deixa de ser assim filha! – disse Stella, se intrometendo na “briga” das duas.
- Eu já disse: eu estava brincando.
- Chega vocês aí – intrometeu-se Eduardo.
- Fica quieto pia – brincou Luna. – E porque vocês dois – ela apontou para Eduardo e Stella – não namoram de uma vez?
- Luna, cala a boca – falou entre dentes Stella, que olhou assustada para a loira.
- Estou falando sério, se beijem de uma vez, sei lá – ela olhou só para Eduardo e disse. – Nossa, você não sabe como ela te ama seu idiota.
Ele ficou sem saber o que responder, na verdade, sabia. Ele também ama Stella, mas pelo motivo de sempre ter sido “o pegador” ele prefere continuar com essa fama a namorar e suspeitarem. Eduardo gosta dessa fama, mas também gosta de Stella. O garoto está muito bem dividido.
- Vamos! – gritou Bia, enquanto todos ali – Matt, Julia, Bruno, Luna e Amanda – observavam Eduardo e Stella, que estavam duros feito pedra. O Edu estava olhando para Stella, e ela estava meio virada para trás, olhando para Luna que falou sem voz: Vai.
A garota olhou para Eduardo, que ainda estava a fitando, ele se levantou e ela também. Pareciam ter ensaiado isso, era tudo perfeito. Eles deram um passo para frente e logo encostaram seus corpos um no outro, antes do beijo ele sussurrou: Eu te amo. Eduardo passou a mão no pescoço de Stella, enquanto ela passeava com a mão no corpo do garoto até achar um lugar confortável para deixá-las. E eles se beijaram.
Luna gritava baixinho, e olhou para Beatriz enquanto eles se beijavam, e as duas fizeram um toque de: isso! Todos estavam observando, já que eles estavam em uma sala fechada e com 30 alunos, e só os dois de pé. Alguns garotos gritaram: UHUL; outros ficaram só olhando. Certas garotas ficaram de boca aberta vendo o maior pegador ficando com uma menina na frente de todo mundo, e outras deram risada. Os dois pareciam se encaixar perfeitamente, já que eram da mesma altura.
Após o beijo terminar, todos ficaram em silêncio, e os dois se sentaram. Eduardo ficou escorado na parede olhando para ela e Stella retribuiu o olhar.
- Agora namorem – falou a única voz no imenso silêncio que estava. A voz era de Luna. E por não sei quem puxou, todos bateram palmas e riram. Também não se sabe o porquê. Simplesmente comemoraram. Stella virou para trás olhando para Luna, que estava com um sorriso enorme, e para Beatriz que também estava feliz. A sala voltou ao normal, ou seja, todos conversando.
- Legal, amei isso – disse animada Julia, e Bia concordou.
- Pegação na escola – resmungou alto demais Matt. Luna olhou para ele e falou:
- E você nunca fez isso?!
- Rá, você pergunta? – se intrometeu Beatriz.
- Amor, eu pedi pra ele – falou educadamente Luna, que deu uma olhada para a amiga, mas logo voltou o olhar a Matheus.
- Claro né! – respondeu o menino –, e você não?
- Fica quieto – Luna rolou os olhos, olhou para o lado, e virou o rosto para Bia e Matt – Inferno, que frio! – reclamou. – O que um “cobertor de orelha” não faz na vida de alguém – a garota ficou esfregando as mãos.
- Cobertor de orelha? – pediu Beatriz.
- É... Tipo... Namorado – falou Matt.
- Parabéns Matt, você virou um nerd – Luna vibrou.
- Obrigada, muito obrigada – gabou-se o garoto.
- Ta, então... Eu tenho um cobertor de orelha! – Beatriz, a única comprometida, se deu conta disso. – Cara, o que eu to fazendo aqui passando frio – ela saiu correndo em direção a sala de Guilherme para abraçar ele e se esquentar.
- Eu ainda não a entendo – disse o garoto, observando a outra correr.
- E eu menos ainda – concordou Luna. – Ah, mas eu também um dia terei um cobertor de orelha – ela resmungou e se encolheu na cadeira e na parede.
- Venha cá resmungona – Matt levantou-se.
- O que você vai fazer? – ele estava com a mão estendida.
- Venha cá e pare de ser resmungona cara – ele apontou para a cadeira dele.
- Sério? – Luna pediu incrédula do convite do garoto.
- Vamos antes que eu mude de idéia – e em um segundo ela se levantou, sentindo o frio que realmente estava. Ele sentou na cadeira, deixando um espaço para ela sentar, e ele a abraçou. Os dois ficaram conversando, enquanto ela olhava o caderno nem um pouco escrito do garoto.
- Matt, nós já estamos na metade do ano, e você não terminou nem metade do teu caderno – falou a garota.
- Ah! Sabe como é né!
- Não, não sei.
- Amei o teu perfume – ele disse, inalando o perfume da garota, que realmente era bom.
- Muito obrigada, também amei o teu, mas não muda de assunto – a garota ficou arrepiada.
- Eu já rodei tanto de ano que aprendi a gravar a explicação dos professores na memória – ele deu um risinho.
- Aham, sei... Você também já aprendeu que estudar é a única forma de passar né!
- É.
- Matt, você está indo muito mal nas provas, nos trabalhos. Eu tento te ajudar, mas parece que você não quer – ela olhou para o garoto e disse: você realmente quer passar de ano? Você quer ficar aqui mais uma vez e completar 19 anos na sétima ainda? Matheus, você tem uma vida pela frente, e você não vai acabar com ela ainda no colegial. Por favor, tenha responsabilidade – ele ficou sério com o que ela disse, e eles continuaram se olhando bem pertinho.
- Você parece minha mãe!
- Então pelo jeito tua mãe também quer que você seja alguém na vida. Todos querem Matheus, só você que pelo jeito não quer. Não trabalha, está na sétima série. Eu me mato para entender os trabalhos só porque o senhor não vem na aula.
- Muito obrigada por isso – ele respondeu ainda sério, não estava brincando e nem ironizando.
- Mas você também tem que se esforçar. Não to afim de parecer chata ou coisa assim, mas é a realidade Matt. Se já é difícil arrumar emprego com um diploma na mão imagine sem. Tua ficha escolar já esta comprometida, e você parece que não quer dar a volta por cima.
- Eu vou tentar – respondeu o garoto.
- Jura?
- Juro – Luna virou o rosto para frente e continuou: eu me importo muito com você, desde que agente começou a se falar – ela abaixou a cabeça e falou baixinho: e eu nem sei por quê.
- Eu também me importo com você. Há uns dois meses atrás eu praticamente me declarei – ele esperou um pouco, talvez uns cinco ou dez segundos, respirou fundo e continuou – a minha amizade por você, e te disse o quanto você representa.
- É, eu também lembro – a menina virou o rosto para o lado esquerdo, ficando com ele quase colado no de Matt –, me lembro muito bem – ela abaixou a cabeça.
- Sabe, eu gosto de mulheres, não de meninas – ela se virou para ele e deu uma risada forçada. Ele estava a encarando maliciosamente.
- Porque, digamos, qual a diferença, tirando a que já existe de mulheres para meninas?
- Meninas demoram a entender as coisas, e mulheres não – Luna sentiu sua barriga gelar. Ela e Matt sempre preferiram meias palavras. Eles se entendiam, e agora ela entendeu a simples e direta frase dele.
- E eu sou...? – a garota deixou o garoto responder, depois claro de dar um sorriso; ele viu o sorriso, por isso, também sorriu.
- Adivinha! – ele disse bem perto do ouvido da garota, fazendo a menina se arrepiar.
- Dois namoradinhos, só falta dois beijinhos – interferiu Julia, que estava escutando música com Bruno, mas também estava vendo tudo o que os dois faziam. Luna e Matt riram.
- Cala a boca e fica escutando música amor da minha vida – respondeu a garota, fazendo Julia rir e colocar os fones de ouvido. Já que Julia tirou a garota do paraíso, ela aproveitou para dar uma olhada na sala. Amanda, Eduardo e Stella estavam conversando e pareciam se divertir. Bruno e Julia continuavam escutando música e discutindo sobre as mesmas, e o resto da sala bagunçando sentados. O que o frio não faz com uma sala de aula?
- Então, te esquentei? – falou o garoto.
- Cara, muito obrigado, se não fosse você a essas horas eu estaria com hipotermia – os dois riram.
- Você é bem trágica né Luna – disse o garoto enquanto ria.
- Sempre né coração – e eles continuaram rindo. Luna ainda estava envolvida nos braços de Matt. O frio realmente tinha cessado. Luna pensou: “Uma salva de palmas para quem disse que ficar abraçado com quem ama esquenta”. Ninguém precisou arregalar os olhos por Luna, ela mesma ficou pasmada pelo que pensou. Aliás, agradeceu até não poder mais por ninguém ali ler pensamento. Será mesmo que ela ama Matt? E se for, adiantaria alguma coisa esse amor praticamente platônico?
Beatriz apareceu correndo da porta da sala até seu lugar. Luna quis imitar sua amiga, correr dali, mas se esconder em qualquer lugar e sumir até a vergonha acabar. Quando Bia sentou em seu lugar gritou:
- CHEGUEI AMORES.
- Ah, sério? – pediu Matt, olhando por trás de Luna a menina, que estava respirando ofegante.
- E foi só eu sair para os dois já ficarem abraçadinhos né? – Beatriz se encostou na parede após falar.
- Olha minha cara de quem esta rindo – Luna fez uma cara de tacho, e Beatriz riu.
- Cara, eu e o Guilherme, Stella e o Eduardo, Luna e Matt – a menina olhou para cima e logo voltou o olhar para os dois a sua frente. – Isso é perfeito! – os olhos dela brilharam.
- Amiga, tira os últimos nomes – disse a loira.
- Tira? – pediu Beatriz, entristecendo.
- Aham, não é Matt? – a garota respondeu e olhou para o outro.
- Não sei.
- Ok, então eu decido... DEIXA!!! – decidiu Beatriz.
- Vamos parar com esse assunto? – pediu encabulada Luna. – Me diga, porque você veio correndo?
- Aé, eu vim porque o sinal bateu, vocês não escutaram? – realmente Luna e Matt não escutaram, a loira olhou o horário no celular e tinham se passado 3 minutos que o sinal bateu. Nunca iriam escutar, o paraíso – como Luna diz – estava feito ainda. O mundo não existia naquela parte. – Hum, entendi!
- Entendeu o que menina? – falou a amiga.
- Nada, continuando... – o que Beatriz tinha entendido, é que algo ali tinha acontecido, e com certeza Luna teria que falar tudo para Bia – ...eu vim correndo, além do sino, avisar que eu encontrei com a coordenadora no meio do pátio e ela disse que a professora de artes não veio, isso quer dizer... 45 MINUTOS SEM PROFESSOR! – ela gritou as últimas palavras.
- O que você disse Bia? – falou uma menina.
- Gente, me escute – Beatriz levantou e chamou a atenção de todos na sala, que ficaram em silêncio olhando para a menina. – A professora de artes está mal, deve ser pelo frio, então teremos 45 minutos de aula sem professor – todos comemoraram e voltaram a conversar.
- E mais 45 minutos quentinhos e deliciosos – falou baixinho Luna, mas Matt escutou e não respondeu, só sorriu. Beatriz se sentou novamente e disse.
- Então, mais 45 minutos sem fazer nada no frio – ela olhou para baixo e resmungou. – Porque o Guilherme não está na mesma sala que eu?
- Bia não se lamente pelo menos você tem um namorado – Luna tentou ajudar a pré-depressão da amiga (risos).
- Cala a boca, olha você e o Matt, parecem feitos um para o outro – a menina ergueu a cabeça e olhou para os dois. – Sério gente, por que vocês não namoram? – Matt só olhou para Luna.
- Droga, porque só eu tenho que responder as coisas aqui? – Luna olhou para frente e logo virou o rosto para a amiga, a encarando. – Inferno – resmungou. – Você sabe todas as drogas de porquês, agora fica quieta.
- Não, eu não sei – Luna fuzilou a amiga pelos olhos, enquanto a loira pensava: era uma vez eu e minha amiga, aí eu matei ela e fim!
- Eu não tenho motivos – livrou-se da conversa Matt, que aproveitou para dar uma pequena indireta para Luna, que suspirou.
- Saco! Eu vou fazer 13 anos e o Matt 18, esse é o pior motivo – ela olhou para baixo, esperou alguns segundos e disse –, para mim.
- Hum, entendi. Mas o Gui também é mais velho que eu.
- Amor, por favor, não se faça de burra – respondeu sarcástica Luna, e Matt só riu – você vai fazer 13 e ele 16.
Luna se virou ficando de costas para Matt, que continuou a abraçá-la. Ele ama abraçar Luna, é como se tivesse total segurança na vida, coisa que não é muito comum. Matheus se sente em uma corda bamba; não sabe se vai cair ou não. Luna o ergue de toda corda bamba, é como se fosse um guarda-chuva na mão de um trapezista; ele sabe que as chances de cair são menores. É como uma rede embaixo de um trapézio, e se a pessoa cair, a rede lhe da segurança e ajuda a levantar.
Os três ficaram conversando sobre mil coisas (ok, nem tantas). Deve ter se passado uns 15 minutos já, mas para eles é como se 5 minutos ainda estivessem acabando. A conversa ia boa, até que Beatriz toca no assunto inicial: porque os dois não namoram?
- Eu já disse um motivo, agora é a vez de Matt – Luna emburrou.
- Luna, eu só vejo motivos positivos para vocês dois namorarem – respondeu a amiga.
- Então me diga – desafiou Matt; ele só queria provar a Luna que devem ficar juntos... É o garoto quer.
- Bom algumas: vocês são lindos juntos; são praticamente da mesma altura; combinam perfeitamente: pois curtem quase as mesmas músicas; amam tirar fotos e escrever textos; meia palavra basta – Luna lembrou da frase de Matt –, ele ama tuas amigas – Bia piscou os olhos três vezes seguidos –, vocês vivem se batendo e isso é tão lindinho; AAAH! Eu não vou ficar citando todos, mas vocês são perfeitos Luna, simplesmente isso. Menina, vocês se amam.
- Bia, eu seria tão feliz se fosse só isso – Luna sussurrou olhando para baixo, mas Matt – que estava agarrado na menina – escutou.
- Eu sei coração que a idade de vocês dois é muito distinta e que a sociedade iria falar mal disso e tal, mas o que vale é se vocês se amam – os dois abaixaram a cabeça, pensativos. Luna não estava a fim de falar que ama Matt, aliás, ela ainda tinha que decidir se o ama ou não. Já Matt, queria falar de uma vez qualquer coisa que viesse na mente, mas preferiu ficar calado.
Eles continuaram conversando, mudaram de assunto e a paz reinou entre os três. Faltavam alguns minutos pra bater o sino para a última aula.
- Licença Matt, eu vou sair – falou Luna.
- Ta – ele a largou depois de ter hesitado um pouco se largava ou não.
Ela foi para sua carteira e esperou o professor entrar na sala.
A aula passou normal, e a saída também, só o frio que congelava até um vulcão (se é possível). Chegando em casa, Luna foi direto ligar o computador para contar tudo a Beatriz, que já estava online no MSN.
Beatriz diz: Asenhor eu não acredito
Luna diz: acredite paixão, é verdade
Beatriz diz: nunca mais eu saio da sala ‘-‘
Luna diz: saiu correndo pro Guilherme, aliás, se esquentou? *-*
Beatriz diz: menos que você ¬¬
Luna diz: vou almoçar coração, até mais, beijos te amo.
Beatriz diz: eu também, vim correndo aqui, até, beijos e tbm te amo [só que mais =D]
Luna diz: engraçadinha sz’
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