Capítulo VII
segunda-feira, 7 de março de 2011 19:16 , 0 comentários
Picture perfect memories, Scattered all around the floor
Reaching for the phone 'cause, I can't fight it anymore
And I wonder if I ever cross your mind
For me it happens all the time ♫
Reaching for the phone 'cause, I can't fight it anymore
And I wonder if I ever cross your mind
For me it happens all the time ♫
O dia de todos fora igual: em baixo das cobertas com milhares de blusas, calças e meias; com um copo de chocolate quente ou café esperando o dia acabar. No outro dia, já não estava muito frio, então a maioria voou para o computador, igual à Luna, Beatriz e Stella.
Luna diz: sabe gente, eu acho que vou sobrar na sala D:
Beatriz diz: por que sobraria amor?
Luna diz: VOCÊ TA NAMORANDO, A STÉ E O EDUARDO NÃO SE DESGRUDAM MAIS ¬¬
Stella diz: haha’ coitada dela :x
Beatriz diz: por favor Luna, ontem você e o Matt estavam fofinhos, então, cala a boca u_u
Luna diz: vai se ferrar vocês duas, vocês tem namorados e eu estou sozinha, e Beatriz, ele só me abraçou e me esquentou ok!
Beatriz diz: não se faça Luna :@
Stella diz: SÓÓÓÓÓ???! Você não da valor pro pia D:
Luna diz: u_u odeio falar de mim, ninguém nunca me entende
Beatriz diz: pare de ficar assim... mas quero só ver se você sentir falta dele
Stella diz: vish, ela vai morrer de saudades dele
Luna diz: NÃO VOU NÃAO
Beatriz diz: Sté vamos apostar quanto?
Stella diz: cinco reais que ela vai ficar com saudade
Luna diz: ok, então... cinco reais apostados /quero só ver eu pagar se ficar D:
Beatriz diz: ASSUMIIIIIIIIIU
Luna diz: aff ¬¬
Stella diz: VOCÊ ASSUMIU *-* eu disse q ela ficaria com saudades
Luna diz: ta ta, mas ainda não fiquei ok? eu só disse sim para a aposta e que estou sem dinheiro SE perder
Stella diz: não tente reverter o que já está feito :D /nossa quem vê é poetiza
Beatriz diz: eu ia falar isso sté o.o
Luna diz: então sté, como está você e o dudu?
Stella diz: estamos vivos ._.
Luna diz: avá, sério?
Stella diz: AHAM *-*, mas tipo, nós estamos ficando bem próximos, e ele disse que não ficou com ninguém desde que nós dois ficamos
Beatriz diz: foi ontem ¬¬
Stella diz: é, mas ele disse q tbm não se interessou por mais ninguém. GENTE EU ESTOU APAIXONADA
Luna diz: que lindinhos cara, vocês tem que casar
Stella diz: nós não estamos nem namorando lua
Luna diz: passa essa fase e já vai pro casório :D
Beatriz diz: pior que são lindinhos mesmo, mas olhe sté, você vai ter que ter uma boa paciência e tentar mudar ele, porque não vai dar certo vocês dois namorando e ele ainda tendo fama de pegador.
Stella diz: eu sei :\
Luna diz: nada que eu e a Bia te ajudamos, mas é verdade o que a Beatriz disse, só eu sei “/
Beatriz diz: ah não luna, isso de novo não
Ela estava se referindo a menina – Luna – ficar relembrando o ex namoro.
Luna diz: ta, parei
Stella diz: por favor, depressão agora não
Beatriz diz: gente, eu vou ter que trocar e cuidar dos bebês ¬¬ até depois, amo vocês
Stella diz: é eu também vou ter que cuidar do meu primo, tava me enrolando com vocês, mas agora eu vou, beijos e até s2
Luna diz: sozinha outra vez (8) D:
As duas garotas saíram, e Luna não teve outra escolha, se obrigou a sair também. Desligou o computador e foi para o quarto. Começou a ler o seu livro preferido, mas parou, estava cansada. Resumo das férias que a garota sabia que iria ter: dormir; acordar; comer; computador; livro; dormir. Deitou embaixo das cobertas e ficou pensando na conversa que teve com as meninas hoje no computador, agarrada a um sapo enorme que seu amigo lhe deu de aniversário.
“Será que eu vou ficar com saudades dele? Não, eu não daria esse gostinho de vitória para a Beatriz, se bem que, o que importa não é a droga de aposta, e sim nós dois. E Luna, pare e pense bem: é capaz de você morrer de saudades dele, chorar e todo aquele blá-blá-blá, e ele não ter pensado em você nem um dia. Isso seria o mais triste e depressivo possível. Se você pensar, pensou, se não, dane-se. São só duas semanas... duas semaninhas para acabar as drogas das férias, então, isso é como um curso preparativo para que quando chegar as férias de fim de ano, você saiba lidar com isso. Putz, será que ele vai estudar ano que vem ali? Acho que ele deve ir para algum cursinho ou qualquer coisa que tire ele da escola. Se eu tivesse no lugar dele faria isso. Luna, você tem que aproveitar esse ano, pois ano que vem não se sabe, é quase 20% de chances que ele vá estudar ali. Os outros 80% são os piores. Então, aproveite os cem por cento que você ainda tem que ele vai terminar esse ano, e o ano que vem que decida. Isso já esta começando a ficar chato. Não, acho que chato não é a palavra, mas sim difícil. Viver várias coisas em um ano será difícil, mas será a única forma de tornar realidade. Possibilidade, é essa a palavra. Aproveitar a possibilidade, pois já que o futuro a ninguém pertence, vou cuidar muito bem do meu presente, e fazê-lo o melhor passado possível”
Luna adormeceu.
Após 30 minutos certinhos, Stella voltou para o computador e não deve ter se passado cinco minutos, algo lhe fez a barriga gelar. Eduardo tinha entrado no MSN. Ela queria por que queria começar a conversa com ele, mas deixou-o ter a iniciativa... Se tivesse. Passou-se 10 minutos e Stella não tirava os olhos do computador. Até que um alívio veio.
Eduardo diz: ooi bebê
Stella diz: oooi, tudo bom?
Eduardo diz: aham, e você?
Stella diz: bem, mas morrendo de frio D:
Eduardo diz: eu também
Os dois ficaram conversando mais um pouco, até que o assunto tão esperado para ambos chegou.
Eduardo diz: então, sobre ontem...
Stella diz: o que?
Eduardo diz: hum, desculpa se eu fiz algo de errado
Stella diz: errado? O que teria de errado?
Eduardo diz: vou saber Sté, mas tipo se você não queria não precisava... Aliás, e o que a Luna falou lá de você, é verdade?
Ela não sabia mais aonde se esconder, mesmo estando na frente do computador.
Stella diz: aquilo de eu amar você?
Eduardo diz: aham :D
Stella diz: só me responda uma coisa... Você pelo menos gosta de mim?
Eduardo diz: se eu não gostasse eu não teria te beijado na frente de todo mundo. É como aqueles caras de filmes românticos que gritam pro mundo eu te amo, mas comigo foi diferente.
Stella diz: bom, é verdade
Eduardo diz: sério?
Stella diz: sim bocó ¬¬
Eduardo diz: mas isso é de coração né?
Stella diz: claro que é. Faz meio ano que agente conversa quase diariamente e a anos já sabíamos como era a cara um do outro; então acho que nesse meio ano um sentimento cresceu e floriu em mim. Acho não, tenho certeza. Cara, eu morro de medo de me iludir e tal, mas dane-se.
Eduardo diz: cara, eu não acredito, sério ninguém nunca fez isso. Ta ok, já recebi milhões de eu te amo ¬¬, mas assim...
Stella diz: só que você vai continuar sendo o pegador da escola, eu a menina novata do ano, e pelo jeito tudo ficara como sempre foi
Eduardo diz: quem disse?
Stella diz: eu oras,
Eduardo diz: olha, eu não te prometo nada, pois não prometo coisas nem a mim mesmo, mas, se você soubesse que eu te amo?
Stella diz: o que aconteceria?
Eduardo diz: é, o que aconteceria?
Stella diz: bom, nós dois nos amando, só poderia dar uma coisa que sei que você nunca gostou u_u
Eduardo diz: continue.
Stella diz: Ér, aff dizer isso é difícil
Eduardo diz: fala ._.
Stella diz: dane-se... Daria namoro.
A garota estremeceu, achando que ele iria pirar ou sair do MSN e não falar mais com ela.
Eduardo diz: ainda bem que pensamos do mesmo jeito.
Stella diz: estou pasma
Eduardo diz: eu também.
Os dois ficaram conversando sobre diversas coisas, deixando esse assunto de lado.
Uma semana nunca demorou tanto para terminar. No domingo da outra semana – ou seja, agora – todos combinaram de entrar no MSN e fazer uma conversa em grupo. Aliás, Eduardo e Stella nunca mais tocaram naquele assunto, mas continuavam se falando diariamente. O clima no dia estava lindo. O céu sem nenhuma nuvem, e um friozinho gostoso de sentir. Agora era 13h05min por aí, e eles estavam conversando.
Luna diz: Oi gentarada linda *-*
Stella diz: Cara que saudades de vocês seus idiotas u_u
Beatriz diz: concordo com a Sté, nunca quis tanto que começasse as aulas.
Eduardo diz: ainda prefiro ficar em casa D:
Guilherme diz: eu também... minha casa minha vida ♥
Luna diz: eu também quero ir Bia, sair, aliás, quem aqui não quer sair?
Beatriz diz: eu quero /acho que já deu de perceber
Stella diz: aah eu também :}
Eduardo diz: sair aonde?
Guilherme diz: só saio se convidarem u_u
Luna diz: vamos no parque *------------*
Stella diz: eu vou, mas tenho que pegar ônibus ¬¬
Beatriz diz: demorou mano {:
Guilherme diz: se a Bia vai, eu tbm vou
Eduardo diz: to com preguiça i-i
Stella diz: Duduzinho do meu coração deixa de ser preguiçoso e levanta da cadeira e vai pro parque, por favor :@@@@@@@
Luna diz: discussão de relacionamento? u_u
Beatriz diz: dã Luna, nem é
Guilherme diz: acho que é o.o
Stella diz: NÃO É NÃO
Eduardo diz: ta, eu vou pensar
Beatriz diz: a que horas?
Luna diz: agora, mais tarde é muito frio ¬¬
Guilherme diz: poisé, frio dos infernos
Stella diz: tchau, tenho que correr me arrumar que o ônibus já vai passar -.-
Beatriz diz: tchau também, eu já passo aí na tua casa Luna
Luna diz: ta, eu também to saindo. Beijos gente
Eduardo diz: ainda to pensando u_u
Guilherme diz: FIQUEI SOZINHO, ta, também to saindo.
Após uns 30 minutos, Beatriz já estava na casa de Luna. Stella ligou dizendo que chegaria um pouquinho mais tarde, então, era para eles esperarem ela no parque. Eduardo decidiu ir, e Guilherme ligou dizendo que já estava saindo de casa.
- Corre Luna, o Guile já está descendo – apressou Beatriz.
- Ta, já to indo, só falta o batom – a menina ficou procurando o batom que queria na caixa de maquiagem enquanto Beatriz pensava.
- Você ligou pro Matt ou coisa assim? – pediu a amiga.
- Não, porque?
- Então você combinou com outra pessoa?
- Não – Luna fez cara de tédio, suspirou e falou: porque Beatriz?
- Precisa se arrumar tanto então?
- A rrica quieta, voxê não está uuuinto dirrerente – disse a menina, enquanto passava batom.
- O que? – Luna largou o batom e disse.
- Você não está muito diferente.
- Ta, vamos, aliás, eu tenho para quem me arrumar – Bia puxou a amiga pelo braço.
Enquanto desciam para o parque, elas começaram a falar das férias.
- Sabe, essas férias estão um saco – reclamou Luna, bufando.
- Nem fala! Mas eu esqueci de uma coisa – lembrou a amiga.
- O que?
- Você ficou com saudades do Matt?
- Sim, como fiquei e ainda estou com saudades de todos – a menina realmente mentiu.
- Uhum, sei. Luna, você sabe, eu sou sua melhor amiga, você pode me contar, e dane-se a aposta – a pequena revirou os olhos.
- Eu sei que você é minha melhor amiga – ela olhou para Bia, mas logo redirecionou o olhar para frente –, é que... É complicado.
- Luna, por favor – suplicou a menina.
- Ta, senti – Luna olhou para o lado, virando a cara contra a amiga, ela estava morrendo de saudades, mas sofria em silêncio... Como sempre.
- Só isso?
- Quer mais o que? – ela se aborreceu.
- Sei la, um: AH ele é fofo, querido, eu to morrendo de saudades dele e amo ele – Beatriz imitou a voz de Luna, ok, muito desafinada.
- Sim, ele é fofo, querido, gente boa, simpático, nosso amigo, eu estou com saudades dele, ou seja, não estou morrendo e não amo ele.
- Ah Luna, desisto – a pequena suspirou.
- Falei a verdade – novamente, Luna mentiu. Ela sempre foi boa em mentir, mas com Beatriz nunca conseguiu.
- Cala a boca, sabia que mentir é feio?
- Sabia – falou sem entusiasmo nenhum Luna, mas o timbre de voz dela não a entregou, se fosse possível entregar algo que já fora descoberto.
- Luna, vai se catar.
- Então me quebre – Luna levantou uma sobrancelha e Bia fez uma cara de tédio e bufou.
- Ok, então... Você está com saudades do Matt... – Beatriz foi interrompida.
- Mas eu não sei se ele também sente ou sentiu saudades, então, boca fechada dona Beatriz.
- Sim senhora, minha boca é um túmulo – a menina apertou os lábios depois que falou.
- Você também está com saudades dele né?
- Dele?
- Burra! Do Matt.
- Ah, é, estou um pouco, mas com certeza não como você.
- Para Beatriz, chega disso! – irritou-se Luna.
- Ta parei – a menina levantou as mãos verticalmente.
Elas chegaram ao parque e logo encontraram Guilherme sentado em um banco perto das árvores.
- Nossa, nem foi difícil te achar – falou a loira, ele se levantou e Luna deu um beijo no seu rosto e se afastou.
- OI AMOR, QUE SAUDADES – gritou Beatriz, dando um selinho demorado nele.
- Mas já? – pediu Luna, sentando no banco e olhando para o lado.
- Chama o Matheus – disse a amiga abraçada ao namorado.
- Olha minha cara de alegria Beatriz – Luna apontou para seu rosto, que estava com uma feição de tédio.
- Você que me convidou – respondeu a amiga.
- Eu sei disso, e o pior é que vão ficar vocês dois abraçadinhos e querendo um tempo para vocês, a Stella e o Eduardo vão ficar se agarrando ou pelo menos conversando e eu vou sobrar.
- Já disse, chama o Matt – Beatriz se sentou, junto com Guilherme, enquanto falava.
- Vai se ferrar... Vou comprar chicletes, alguém quer? – a garota teve essa idéia somente para sair de perto dos dois.
- Traga – disse Guilherme, que só estava rindo com a discussão das duas.
- Ta, se comportem, estamos em um parque – falou a loira, saindo de perto dos amigos que estavam rindo e indo em direção a lanchonete do parque, que fica um pouco longe dali.
“Eles estão tão bonitinhos juntinhos, abraçadinhos, se amando, e você está sem ninguém Luna. Se lembra que o Eduardo e a Stella começaram com esse rolo porque você deu apoio a Sté? E também lembra que foi você que fez Beatriz e Guilherme namorarem? Parabéns Luna, você é uma boa cúpida, agora... Você se lembra o que o Matt falou para você? Que você é importante e blá-blá-blá? Então, parabéns novamente, um garoto diz que você é importante e a meses você não fica com alguém. Asenhor, eu não canso de falar parabéns, mas pelo jeito o garoto mentiu” – Luna interrompeu a voz que falava incansavelmente em sua mente, respondendo para si mesma – “Não, acho que ele não mentiria, e também tem outra, não é porque você fica com milhões de garotos que você é importante... Você é falada. E dane-se minha vida amorosa, eu nunca vou desencalhar mesmo. Se até agora eu estou assim, livre, é porque assim que tem de ser. O Eduardo ama a Stella, o Guilherme ama a Beatriz, o Bruno não ama ninguém tirando ele e a mãe dele, ou seja... Não tem ninguém mesmo. PONTO FINAL VOZ FALADERA” – mas a voz na cabeça dela não a obedeceu e começou a falar – “Chega Luna, você parece uma criancinha. PÔ MENINA CRESÇA! Tenha histórias para contar aos seus netos, sei lá, você aí nessa depressão não ajuda em nada. E para de falar que você não sente tanta saudades do Matt porque só eu sei ok?! Ele sente saudades de você também, mas não pense que o garoto vai falar de uma hora pra outra que sente saudades de você; tenha paciência” – Luna novamente interrompeu – “Obrigada, de pessoa chata que me obriga a fazer as coisas, você passou para minha mãe e depois para minha amiga. Sério, muito obrigada, você está evoluindo, e outra, eu ainda tenho muita história para escrever, não preciso fazer tudo correndo, não estou morrendo. Estou viva, muito bem viva!” – Luna terminou e entrou na lanchonete.
A voz na cabeça de Luna é somente a consciência dela. A garota nunca se achou normal, na verdade, ela fala sozinha desde sempre. É claro que em público – ou nesse caso, no parque – ela fala consigo mesma, pensando. Luna x Luna. Todo dia é esse confronto. É como se ela tivesse mais alguém dentro de sua cabeça, que a desse broncas todos os dias, mas isso é quase impossível – não é não. Nesses dois meses de aula, ela começou a falar sozinha mais vezes. Ela falava raramente mesmo. Mas, vive acreditando em sua voz, quer dizer, consciência.
Luna comprou o chicletes que queria, e enquanto voltava ao banco que os amigos estavam, procurou seu fone de ouvido.
- Ainda bem que estão aqui – pegou os fones do bolso do moletom, olhou para eles e continuou –, só vocês me amam – ela fez bico.
- Amor, venha aqui – Luna tinha acabado de chegar perto dos amigos, e Beatriz já a chamou.
- O que foi? – pediu a amiga, indo aonde Beatriz estava a levando, em um canto atrás de uma das arvores. As duas pararam e Luna continuou – fala menina.
- Eu acho que vi o Matheus – o coração de Luna acelerou, mas ela não demonstrou.
- Ta, e o que tem? Se for o caso eu vou com você dar um oi para ele, medrosa – falou Luna caçoando da amiga.
- Na verdade, ele não está sozinho... Tem uma garota junto com ele, e pelo jeito eles estão ficando, pois estão andando de mãos dadas.
- Repito, ta e o que tem? Cara, nós dois não temos nada juntos, dane-se. Não acredito que você ta achando que isso é importante?!
- Ok, desculpa, só achei que você iria querer ver – Beatriz deu as costas e foi em direção ao namorado que ainda estava sentado no banco.
Luna estava paralisada. Fingiu tanto que isso deve ter afetado alguma coisa em seu cérebro.
- “Ok Luna, como você mesmo disse vocês não tem nada juntos. Ele pode ficar com outras garotas e você com outros idiotas, ops... Desculpa, garotos. Agora, vá pra perto de Beatriz e fique tentando achar o Matheus para ver quem é a garota” – falou a consciência de Luna.
- Vai ver se eu estou na esquina voz insuportável – resmungou a garota, jogando um chiclete na boca e revirando os olhos. Ela partiu para o lado de Beatriz.
- Alguém liga para a Stella? – disse Luna, sentando-se ao lado de Beatriz no banco. Como ninguém a respondeu, ela falou: obrigada amigos, também amo vocês – os dois riram. Luna ligou, e depois de algum tempo a outra atendeu.
- Oi, aonde você está? – pediu Luna a amiga no telefone.
- Sabe a ponte do parque? Estou lá – respondeu Stella.
- Ta, já estou indo – as duas desligaram sem nenhuma cerimônia –, já volto, vou buscar a bebê que está perdida no parque – Luna revirou os olhos e saiu, fazendo os dois amigos rirem. Luna tinha que ir a direção oposta de onde estavam, então, foi um pouco devagar.
- Sabe, acho que a Luna está de TPM diariamente – falou Guilherme, olhando para trás, ou seja, para Luna que estava caminhando como se estivesse contando os passos em câmera lenta.
- Não fala assim, eu sei o que ela tem, e pior que ela ta certa, ela está ajudando todos e ela está sozinha. É como se um cupido não ganhasse recompensa – Guilherme riu do que a namorada disse.
- Oras, cupido só junta casais e não se junta também – disse o garoto se baseando nas lendas de anjinhos que acertam casaizinhos com um flecha de coração e os dois se apaixonam.
- Pode até ser como essas lendas dizem, mas a Luna, se você não percebeu – a menina revirou os olhos –, ela é uma humana. A Luna junta os casais, olhe nós dois, olhe Eduardo e Stella, agora olhe ela – Beatriz já teve essa conversa com Luna.
- É, pois é, mas agente não pode fazer nada – o garoto abaixou a cabeça.
- Podemos sim – ela levantou uma sobrancelha enquanto Guilherme olhava para ela.
Luna já estava quase chegando perto da ponte quando já achou a garota.
- STEEEEEELLA! – gritou a menina, correndo de braços abertos para a amiga.
- LUUUUUUUUUUUNA! – Stella correu em direção a amiga também. As duas se abraçaram e riram após perceber que várias pessoas olhavam assustadas para elas.
- Então, tudo bem? – pediu Luna, se agarrando no braço da amiga e indo em direção ao casal.
- Tudo e você?
- Bem, só um pouco solitária – a menina fechou só metade dos olhos.
- Ah coitada – Stella riu.
- É sério, só agora que percebi que: você e o Edu, o Guile e a Bia, e eu mais eu – a menina deu um sorriso amarelo.
- Ta, já achamos alguém aí – disse a pequena, olhando para os lados em busca de alguém; ela nem sabia que poderia encontrar o Matheus.
- Cala a boca, estou muito bem aqui sozinha – ela revirou os olhos.
- Se decida Luna, e deu de reclamar?
- Aham... Mas então, você e o Eduardo irão ficar grudados hoje né?
- Não sei, depende dele não de mim – Stella deu um sorriso e olhou para frente.
- Ih, já to até vendo a pegação hoje. Se lembre, aqui é um lugar público e traumatizar criancinhas não vale a pena – as duas riram.
- E a aposta? – pediu Stella.
- Ah, não sei.
- HÁ-HÁ – Sté forçou uma risada –, quem vê até acredita.
- Que bom, assim não fala que eu estou mentindo, e não estou.
- Para de ser idiota, ele te ama – Luna lembrou do que Beatriz a contou agora pouco e riu sozinha.
- Ok, onde está o Eduardo? – a menina iria fazer de tudo para acabar com o assunto.
- Sei lá, vamos ligar pra ele? – as duas já estavam a uns 5 passos do banco aonde os outros dois estavam.
- Ta, só vamos falar com a Bia antes – quando elas chegaram, Luna pulou no colo de Beatriz que gritou.
- Amor, a Sté quer ligar pro Edu – falou Luna, se agarrando na amiga.
- Oi Stella, que saudades de você amor – Beatriz nem deu bola para a menina.
- Eu também tava com saudades, e oi Guile – respondeu Stella.
- Oi Sté.
- Cara, eu também amo muito todos vocês – Luna saiu do colo de Beatriz e sentou ao seu lado, colocando a cabeça encostada nas pernas.
- Mas ligue então – falou Beatriz.
- Ligue você, o namorado não é meu, e agora eu to triste – Luna nem levantou a cabeça das pernas para falar.
- Amor, eu disse – Guilherme disse a Beatriz.
- Shhh, ta eu ligo – Bia pegou o celular e procurou o numero de Eduardo. Após alguns segundos o garoto atendeu.
- Fala Bia – Eduardo disse no outro lado da linha.
- Mano, onde você está?
- Eu já to no parque – a voz dele era de tédio.
- Repito, onde você está?
- Perto da pracinha das crianças.
- NOSSA, nós nunca iríamos te encontrar.
- Ta, eu sei, mas eu vou ou vocês vem?
- Nós vamos.
- Tchau – ele não deu tempo dela responder e logo desligou.
- Vamos? – falou Stella. Guilherme e Beatriz se levantaram e Stella já estava pronta para seguir Beatriz.
- Levante Luna – falou Beatriz.
- Ele que venha, é o mesmo caminho – ela disse com a cabeça ainda nas pernas.
- Para de ser criança, cresça – Luna lembrou da sua consciência, olhou para Beatriz que tinha dito essa frase e a fuzilou com os olhos.
- Quer que eu cresça? Então por favor, me escutem quando eu falo, não digam que sou criança. EU SOU ASSIM E PONTO FINAL, se não gostam o problema é de vocês – falou irritadíssima a garota, levantando do banco e ficando na frente de Beatriz, que ficou pasma.
- Luna, chega! Vamos de uma vez – ordenou a amiga. Guilherme estava quieto olhando o “piti” da Luna e Stella estava de boca aberta.
- Vão vocês, se quiserem me encontrar venham aqui, não sairei daqui até dar 5 horas – Luna se sentou no banco. Por dentro ela queria sair correndo atrás de Eduardo, mas não admitia que a chamassem de criança.
- Então ta, fique aí. Quem sabe depois agente venha – Beatriz hesitou em virar as costas, queria ficar ali e pedir o que estava acontecendo, mas saiu puxando Stella e Guilherme.
“Isso aí Luna, você acabou de brigar com sua melhor amiga. Dia perfeito. Matheus está com uma garota, você está sozinha, teus amigos não estão ao seu lado. O que mais falta acontecer? – uma tempestade poderia vir que não seria nem metade das lágrimas que Luna estava segurando, ela virou para trás e viu os três indo em direção ao local que Eduardo estava – e mais uma vez, você está sem teus amigos”.
Luna estava lembrando da vez em que todos os seus amigos se viraram contra ela. Ela ficou de cama 45 dias com varicela, e quando voltou a escola, ninguém mais se quer olhava na sua cara. O seu ex namorado tinha inventado uma mentira, que Luna não tinha pedido dos seus amigos. Luna tinha pedido, mas todos acreditaram nele, pois não falavam com Luna.
Lágrimas começavam a rolar pelo rosto da garota, e uma brisa fria tocava seu rosto, fazendo as lágrimas secarem. Ela queria fugir dali e se esconder em algum lugar que ninguém a achasse.
Uns 15 ou 20 minutos tinham se passado. Luna estava escutando suas músicas tristes preferidas e chorando quieta e sentada no mesmo banco.
- Lua? – uma voz masculina e calma fez Luna se arrepiar. Alguém havia sentado ao seu lado, mas Luna não sabia quem era, pois estava com o rosto nas pernas e escutando música. Ela desligou o celular e olhou para o seu lado.
- Matt! – ela se assustou.
- Nossa Luna, que cara de choro é essa – disse ele limpando as lágrimas dela.
- Ah me deixa quieta se for para reclamar da minha cara, eu sei que não é das melhores, mas também não precisa falar – ela olhou para frente.
- Senhor, bem que a Beatriz me disse que você estava com mau humor.
- Aliás, o que você esta fazendo aqui? – Luna não olhava para ele, só para frente; já ele estava olhando para ela.
- Encontrei a Beatriz e pedi de você, ela disse que você estava aqui, aí eu pedi o porquê você não estava junto com eles, daí ela me disse tudo e estou aqui.
- Hum, que bom. Veio fazer o que aqui?
- Ver como você está ela disse que você está bem revoltada. Por quê?
- Odeio que me chamem de criança – ela ainda olhava para frente, sem expressão nenhuma.
- E qual o motivo pra ela te chamar de criança?
- Não importa.
- Bom, então, se você não quer desabafar... Eu tentei ser um bom amigo, você não cooperou, mas pensa bem sobre o porquê te chamaram de criança – ele já estava indo embora quando ela o interrompeu.
- Ta, senta aí – ele sentou-se e ela se virou para ele. – Ah, assim, eu combinei de sair com os quatro e só agora percebi uma coisa... Eduardo e Stella, Beatriz e Guilherme, Luna e o fantasma. Eu já estou de saco cheio de ficar sozinha. A Luna sempre fica sozinha. Na verdade, eu só ajudei as pessoas ficarem. E eu esqueci de mim. Qualquer idiota alternativa já fora preenchida, não sobrou opções. Mais dois anos sozinha. É praga de cupido, só pode. Tipo, eu não estou arrependida – ele a olhava sério, escutando cada palavra dela, enquanto ela falava sem parar e às vezes olhava para o lado e para ele –, mas é que eu ajudo tanto as pessoas, e ninguém me ajuda. Nem eu mesmo me ajudo. Como eu disse, eu sempre esqueci de mim. Quando eu coloco na cabeça: “eu vou fazer isso” ou “eu vou atrás” aparece alguém para estragar tudo. Por isso, agora eu não saio mais com casais.
- Hum, entendi. Mas você não vai mais sair com casais? Isso quer dizer, você não vai mais sair com os seus amigos, que você os fez ficarem juntos? Eles não têm culpa Luna; ninguém tem. Sinceramente não sei o que te dizer, mas acho que o que você falou faz sentido. Você está sozinha, sempre esteve, e realmente você se esquece de tu mesma – lágrimas começaram a descer por conta própria, ela não queria chorar na frente dele, mas era como se as lágrimas tivessem vida comandada por elas mesmas –, lembre que antes dos outros vem você, mesmo eles sendo seus melhores amigos. Deprimida assim, com essa cara amassada, sentada num banco do parque em pleno domingo de sol e frio, que eu sei que é o teu clima preferido, e chorando não vai adiantar nada. Se você quer mudanças, comece-as.
- Desculpa – ela sussurrou, mas foi alto bastante para ele escutar.
- Não chora! – falou o garoto, passando os dedos na maçã do rosto de Luna, na tentativa de limpar as lágrimas.
- Não consigo – as lágrimas caíram com mais intensidade, depois do que ela disse.
- Calma – ele suspirou –, eu não sei o que fazer.
- Pode deixar, já passa – ela deu um sorriso amarelo e tentou limpar as lágrimas com a manga do moletom.
- Luna, você não está sozinha – ele a abraçou, e ela chorou mais ainda. Matt esfregava as mãos no cabelo da menina, calmamente. Ela estava com a cabeça afundada em seu peito.
Após alguns minutos, o choro havia cessado.
- Nossa, eu te molhei – falou Luna, dando risada e olhando para a blusa de Matt.
- Ah! Dane-se, mas você esta melhor né? – pediu preocupado.
- Aham. Cara, muito obrigada, já é milagre você estar aqui no parque, imagina me ajudando no meio de tanta gente – ela olhou para os lados e riu.
- Oras, você é importante, lembra? – ele deu um sorriso de canto e ela corou.
- Onde está todos, eu quero pedir desculpas.
- Aham, eles estão lá perto do parquinho, la nas pedras – os dois já haviam levantado e estavam indo para o lugar predestinado. Na metade do caminho, Luna lembrou do que Beatriz disse.
- A Bia disse que tinha te visto e você estava com uma garota.
- Sério, nossa nem vi ela.
- Quem que é a garota garanhão? – a menina sorriu.
- É uma garota aí – ele deu um sorriso de canto e olhou para baixo.
- Depois fala que não é pegador – os dois riram.
- Nem sou.
- É sim – ela deu um soco de leve no seu braço.
- EI não sou não – ele a olhou sério.
- Ta bom – Luna olhou para baixo –, mas é cheio de garotas ao seu lado.
- HÁ-HÁ – ele forçou a risada. – Aham! Vai nessa.
- Para de mentir Matt.
- Luna, fica quieta ou eu te enforco – ele brincou.
- Ta bom, calei – os dois riram e continuaram andando.
Quando estavam quase perto dos amigos, Luna parou. Ela queria acordar desse pesadelo. Bom, pesadelo; sonho; pesadelo. Mas realmente não dava. A garota olhou para Matt que tinha parado ao seu lado, como se fosse uma criancinha pedindo ajuda ao pai para enfrentar um palhaço com cara de maníaco.
- Vamos? – Matt a encorajou. – Isso não é um bicho-papão, ou você não quer pedir desculpas a Beatriz?
- Eu quero, mas todos estão se divertindo. Olhe lá – ela apontou –, as gargalhadas deles são tão deliciosas; é melhor eu ir embora e pedir desculpas por MSN ou ligando.
- Não! – repreendeu. – Você vai lá e vai pedir desculpas – ele falou tão sério que a menina se encolheu.
- Ta – ela deu alguns passos e já chegou perto deles, que ficaram quietos e observavam a menina de cabeça baixa em suas frentes. – Ok, o papo não precisa acabar porque eu cheguei – ela colocou a mão nos bolsos e olhou para Matt que estava atrás dos amigos. – Desculpa – Beatriz a olhou séria.
- Eu sei que você odeia ficar sozinha, ser chamada de criança. Quem agiu errado fui eu, porque eu sei de tudo que você não gosta, e do mesmo jeito eu brigo com você. Mas, desculpas aceitas – a morena se levantou e Luna a olhou; as duas se abraçaram.
- Ok, chega de melação? – disse Matt, chegando mais perto de todos, e só Luna riu.
- E aí piá, pelo jeito conseguiu. Parabéns – elogiou Eduardo que estava colado em Stella.
- Cara, eu já disse que sou foda – gabou-se.
- Ah coitado – falou Luna, sentando-se no chão enquanto todos, que também estavam sentados no chão, iam fazendo uma roda. Matt sentou ao seu lado.
- Então, passou tudo Luna? – pediu Guilherme, que estava abraçado com a namorada.
- É, digamos que sim – ela respondeu sem expressão nenhuma.
- Viu, eu disse que o Matt ia conseguir ajudar ela – Stella falou em direção a Beatriz que concordou.
- Como se a Luna não melhorasse ao lado dele – respondeu Beatriz.
- Vai se ferrar Beatriz – riu Luna.
- Só falei a verdade – todos riram e ficaram conversando.
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